Deu-se esta quinta-feira, dia 17 de fevereiro, uma conferência de imprensa com o nome “Recicle mais pague menos”, com o principal objetivo de fazer com que os cidadãos da Maia paguem a tarifa apenas pelos resíduos que produzem, incentivando-os a separar os materiais destinados à reciclagem. Marcaram presença nesta Conferência de Imprensa António Silva Tiago, Presidente da Câmara da Maia, André Regueiro, coordenador da DECO Regiões e Delegação Regional do Norte da DECO, Paulo Ramalho, Presidente do Conselho de Administração da Maia Ambiente, Helena Lopes, a coordenadora deste projeto, Pedro Sousa, presidente da Quercus e Marta Peneda, Administradora da LIPOR.
Durante a conferência, foi feita uma apresentação pública dos resultados do teste ao novo modelo em execução, que agora será convertido em faturação real e alargado a todo o território concelhio.
Na fatura que chegar a casa destes maiatos, no final do mês, correspondente ao mês de janeiro, os valores apresentados já não estão indexados à quantidade de água consumida, como ainda vigora no resto do concelho e na generalidade dos municípios portugueses. A partir do próximo mês, o tarifário passa a incluir um valor fixo (de 16 cêntimos por dia no caso dos clientes domésticos ou de 54 cêntimos nos não domésticos) com a finalidade de cobrir as despesas municipais com a recolha e encaminhamento dos vários tipos de resíduos.
António Silva Tiago, Presidente da Câmara Municipal da Maia, começou por dizer que “o que se pretende e é socialmente justo é que a tarifa de resíduos sólidos enquanto retribuição dos serviços prestados ao cidadão seja determinada em função do valor real de resíduos produzidos.”
O Município da Maia, através da empresa municipal Maiambiente, desenvolveu as componentes técnicas necessárias à implementação do sistema tarifário “PAYT” (Pay as you Throw) no concelho, cujo objetivo passa por manter uma tarifa fixa e “ser um modelo que permita a que todos os que separem os seus resíduos vejam esse esforço recompensado na tarifa”. “A partir do corrente mês, serão emitidas as primeiras faturas que efetivamente cobram de acordo com o novo modelo tarifário que ao longo do corrente ano faseadamente irá alcançar todas as moradias unifamiliares da Maia”, concluiu o Presidente.
André Regueiro, coordenador da DECO Regiões e Delegação Regional do Norte da DECO, trazendo aquela que é a perspetiva do consumidor, começa por destacar a audácia e coragem da Maia de ser “pioneira da implementação de um modelo que a DECO defende há muitos anos”, sinalizando que o próximo passo seria “continuar a informar, sensibilizar e envolver os consumidores que certamente estão disponíveis para participar nesta mudança de paradigma”, garantindo que “tendo todas estas valenças e virtudes, seguramente que o consumidor se vai sentir mais envolvido e levar a que pela boa prática mais consumidores se queiram juntar e que dessa forma outros municípios e outras entidades se juntem”.
A última palavra pertenceu a Paulo Ramalho, Presidente do Conselho de Administração da Maia Ambiente, deixando uma mensagem de agradecimento a todos os que marcaram presença, enfatizando que “temos de agradecer muito à Câmara da Maia, às pessoas que escolheram a Maia para viver, às empresas que escolheram a Maia para se instalarem e desenvolverem a sua atividade”, concluindo com a ideia de que “sem eles, nada disto fazia sentido”.
Ainda durante este ano, a Maia pretende que todas estas alterações consigam chegar a todas as residências unifamiliares para que, em 2023, possam chegar aos edifícios de habitação multifamiliar. O lixo será cada vez menos lixo, porque, quem reciclar as embalagens de vidro, papel e plástico e usufruir de um serviço de recolha porta-a-porta de resíduos orgânicos pode reduzir os custos e pagar pouco mais do que os 4,80 euros mensais de tarifa fixa.
Com taxas de reciclagem de fazer inveja a grande parte dos municípios portugueses, a Maia volta a dar o primeiro passo em relação ao resto do país, que só em 2025 estará obrigado a separar definitivamente as contas da água dos restantes resíduos, a partir de tarifários que compensem quem recicla, penalizando quem não o fizer.