O Conselho Consultivo do Centro Hospitalar Universitário do S. João (CHUSJ), presidido por Emília Santos, teve ontem a sua primeira reunião e, entre vários assuntos, debateu a importância e do Programa de Cirurgia Robótica neste serviço.
O Programa de Cirurgia Robótica para o CHUSJ foi debatido na primeira reunião do Conselho Consultivo, onde Emília Santos, vereadora da saúde e educação na Câmara Municipal da Maia, é presidente.
A cirurgia robótica é uma técnica de abordagem cirúrgica que alia as vantagens da cirurgia laparoscópica (técnica cirúrgica mini-invasiva que permite fazer procedimentos cirúrgicos na cavidade abdominal e pélvica) com as vantagens da utilização de um dispositivo robotizado, com o aumento da segurança e a diminuição dos erros e complicações cirúrgicos.
O Conselho Consultivo prevê um total de 80 a 100 cirurgias por ano para o tratamento cirúrgico do cancro da bexiga; 80 a 100 cirurgias no tratamento cirúrgico do cancro do rim; 40 a 50 intervenções na área do transplantação renal; 40 a 50 cirurgias de cancro colo-retal; 100 cirurgias de cirurgia da obesidade (cirurgia bariátrica).
No que diz respeito ao espaço físico, o Conselho Consultivo aponta a sala 11, no piso 7, por parecer “reunir as condições para se tornar a sala da cirurgia robótica”. Acrescenta ainda que serão necessários “2 pontos de rede e 4 pontos independentes de corrente”. Este mesmo Conselho considera da “maior relevância” ter esta sala de cirurgia robótica no Centro Hospitalar e Universitário de São João de forma a “dispor desta mais valia no tratamento dos doentes oncológicos”.
Foram ainda apreciados positivamente o relatório de atividades e contas de 2018, o contrato-programa da 2019, o plano de atividades e orçamento para o triénio 2019/21 e dado o parecer do conselho fiscal sobre o relatório de atividades e contas de 2018.
Sobre a Cirurgia Robótica
Na área da Urologia e a Cirurgia Geral, a utilização dos sistemas robóticos expandiu-se de uma forma exponencial nos Estados Unidos da América e na Europa Ocidental, verificando-se por exemplo que já em 2007, cerca de 60% das prostatectomias radicais nos EUA foram realizadas com assistência do robô.
O sistema robótico recebe as ordens em tempo real e reproduz os movimentos da mão, punho e dedos do cirurgião, e permite o acesso a espaços confinados como a cavidade pélvica e espaço retroperitoneal, o que contribui significativamente para a diminuição da curva de aprendizagem de intervenções cirúrgicas complexas, tais como a prostatectomia radical, cirurgias do reto e nefrectomias.
Mais importante ainda é o facto de que a cirurgia robótica tem vantagens já amplamente demonstradas para o doente, como menor dor no pós-operatório e diminuição das complicações, com repercussões imediatas no período pós-operatório, com menor tempo de internamento e recuperação mais rápida, com regresso mais rápido à atividade profissional.