Investigadores portugueses do Instituto Superior Técnico desenvolveram uma mapa que avalia o risco de infeção em cada ponto de Portugal. Principais pontos de risco estão na zona Norte.
No mapa desta quarta-feira, as principais regiões de maior risco de infeção estavam distribuídas por três grupos de municípios. O primeiro é constituído pela Maia, Trofa, Santo Tirso, Paços de Ferreira, Paredes, Valongo, Gondomar, Vila Nova de Gaia e Matosinhos. O segundo agrupamento é composto por Ovar, Santa Maria da Feira, Oliveira de Azeméis e Estarreja. O terceiro grupo é formado pelos municípios de Resende, Lamego, Castro Daire e Cinfães.
Do estudo resultou um mapa que mostra todos os dias qual é o risco de ser infetado pela Covid-19 em cada ponto do país. A ferramenta baseia-se no número de novos casos registados diariamente em cada município e pode ser utilizado para saber onde é que a vigilância deve ser mais apertada, decidir como pode ser feita a saída do isolamento e estudar a evolução da pandemia. O risco de infeção surge conforme diferentes cores: o vermelho representa o risco mais alto, seguindo-se as cores azul, verde e amarelo.
Este projeto foi desenvolvido pelo Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA) e juntou quatro professores e investigadores do Instituto Superior Técnico — Amílcar Soares, Manuel Ribeiro, Leonardo Azevedo e Maria João Pereira.
Os mapas disponíveis fornecem a taxa de infecção e os valores por habitante. Paralelamente pode ser exibido um mapa da incerteza associada. Segundo os autores, “o modelo não foi concebido para apresentar a probabilidade do risco de contágio, uma vez que isso implicaria um processo de cálculo mais complexo, com a inclusão de várias variáveis e condicionantes”. Pretende apenas ser uma ferramenta simples e útil que reflete os dados sobre a epidemia que já são conhecidos e que vão sendo divulgados pelas autoridades de saúde todos os dias.
“O que temos aqui são imagens diárias do risco de infeção com base apenas no número de infetados, é um instrumento de gestão do risco de infeção e da incerteza associada”, sublinha Amílcar Soares, professor do IST especializado em geoestatística e um dos responsáveis pelo projecto.