A Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) disse na passada sexta-feira que a pandemia provocada pelo novo coronavírus poderá provocar a morte de mais de 300 mil africanos.
A pandemia de Covid-19 poderá matar 300 mil africanos e “empurrar” 29 milhões de pessoas para a pobreza extrema no mesmo continente. Quem o diz é Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA), apelando para que se avance com uma ajuda de 100 mil milhões de dólares para ajudar no combate ao vírus.
O número de casos confirmados em todo o continente africano estava perto dos 20 mil antes do fim-de-semana mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que a pandemia de Covid-19 está subdiagnosticada em África, devido à escassez de testes e que há “tendências preocupantes” em África.
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirmou que “é provável que os números reais sejam mais altos do que os declarados” garantindo que a OMS está a tentar, junto com parceiros como a União Africana e o Centro de Controlo de Doenças africano, aumentar o número de testes a chegar ao continente.
Num relatório divulgado, denominado “Covid-19: Protegendo as Vidas e as Economias Africanas”, a UNECA considera que os sistemas de saúde africanos poderão ter custos adicionais impostos pela pandemia de Covid-19. “Para proteger e avançar com uma prosperidade partilhada no continente, são necessários de forma urgente 100 mil milhões de dólares”, afirmou a secretária executiva da UNECA, Vera Songwe.
A secretária executiva da UNECA explicou ainda que o continente africano é particularmente suscetível, uma vez que 56% da população está concentrada em bairros de lata ou habitações informais e apenas 34% dos agregados familiares têm acesso a formas básicas de lavagem das mãos.