Em Portugal, recorre-se ao crédito ao consumo para diferentes finalidades como financiar projetos, adquirir automóvel ou até, para estudar, mas será que os portugueses conhecem os vários custos e taxas associadas a um pedido de crédito? Explicamos neste guia.
É cada vez mais comum recorrer a créditos ao consumo – sejam eles créditos pessoais, automóvel, cartão de crédito ou crédito consolidado – em Portugal.
O valor médio solicitado pelos portugueses é de 5 mil euros, por empréstimo. Entre as finalidades mais comuns, destacam-se: compra de automóvel, aquisição de bens e liquidez geral.
O crédito pessoal é usualmente aquele a que a maioria recorre por não necessitar de uma finalidade definida para a sua aprovação. Este encontra-se debaixo da legislação do regime de consumo e como tal, possui prazos de reembolso mais curtos que aqueles que são aplicados ao crédito à habitação, bem como taxas de juro diferentes.
Também os montantes a que poderá ter acesso com um crédito pessoal são mais baixos do que os esperados no crédito à habitação, situando-se entre os 200 euros e os 75.000 euros.
O crédito pessoal deve por isso ser visto como uma possível solução para colmatar necessidades de liquidez a curto e médio prazo.
Se já está em fase de avaliação de possíveis credores, é importante que tenha em mente que existem alguns passos e condições que deverá conhecer entre o momento em que inicia o pedido de crédito e quando este é de facto concedido.
Ao aceder a um crédito, terá de assinar um contrato com a entidade credora pelo que é fundamental que conheça as condições contratualizadas no que diz respeito a taxas, comissões de abertura, pagamento antecipado, entre outros factores.
As Taxas que Deve Conhecer
A primeira coisa a saber no que diz respeito às taxas é que estas influenciam e são influenciadas pelo tipo de crédito que escolha. Por exemplo, se quiser um crédito pessoal para aquisição de eletrodomésticos para sua casa, as taxas de juro que lhe serão oferecidas serão diferentes das taxas praticadas em créditos destinados à educação, mesmo estando ambos debaixo da categoria de “Crédito Pessoal”.
O Banco de Portugal define que para créditos com finalidade indefinida as taxas podem ascender aos 13%, ao passo que para créditos pessoais cuja finalidade esteja definida e possa ser provada pelo cliente mediante a apresentação de documentação relevante, as taxas de juro não podem ultrapassar os 6,6%.
Esta diferença ao nível da taxa irá afetar automaticamente o valor final imputado ao cliente e, consequentemente, aumentar os juros pagos com o empréstimo.
As duas taxas mais relevantes de conhecer são as já conhecidas TAEG e TAN – a primeira representa os Encargos Globais (em percentagem; aqui é onde se representam as comissões e encargos que constituem os custos extra que o cliente terá com o crédito, representando assim o custo total do empréstimo).
Por sua vez, a TAN é a Taxa Anual Nominal que se refere aos custos associados aos juros contratualizados. Esta é a taxa que pode variar entre regime fixo e variável (em Portugal, é frequente optar-se pelo regime variável, no entanto, devido à corrente crise económica há cada vez mais pessoas a tentar contratar créditos com taxa fixa ou mista).
Para lá destas duas taxas, existem outros custos associados ao crédito: referimo-nos à Taxa de Amortização e Comissão de Abertura.
Taxa de Amortização e Comissão de Abertura
A Taxa de Amortização não é um custo com o qual o cliente se deva preocupar à partida pois pode não se vir a aplicar. Esta taxa só entra em ação quando os clientes pretendem amortizar parte da sua dívida antecipadamente.
Nesse caso, a entidade credora cobra uma taxa ao cliente sobre o valor que este amortiza.
Por outro lado, a Comissão de Abertura dos processos de crédito é algo muito comum de ser cobrado ao cliente e por isso, é algo a que deve estar atento logo nos primeiros contactos com as entidades credoras.
Algumas instituições financeiras não cobram esta comissão, como é o caso do credibom, pelo que poderá sempre optar por excluir este custo do seu crédito.
Na maioria dos casos, este custo só se verifica quando o contrato de crédito já está a ser processado, excluindo assim a fase inicial de simulação.
Em suma, existem vários custos com os quais deve contar antes de avançar. As taxas – sejam de juro ou de amortização – são encontradas em todos os créditos, independentemente da sua tipologia, no entanto, pode poupar ao escolher um crédito que não cobre Comissão de Abertura.