O Cardeal-Patriarca de Lisboa terá colocado o lugar à disposição do Papa Francisco, na audiência desta sexta-feira no Vaticano. Segundo o jornal Nascer do SOL, o encontro para discutir os últimos casos de alegados abusos sexuais por padres e encobrimento por parte da hierarquia, inclusive por D. Manuel Clemente, serviu ainda para discutir a continuidade do cardeal no cargo, mostrando-se este disponível para sair já se o Papa assim entendesse.
Francisco terá pedido a D. Manuel Clemente que permaneça no cargo até às Jornadas Mundiais da Juventude, em agosto de 2022 se o seu estado de saúde permitir. “Está profundamente triste e agastado com o julgamento na praça pública e passar de bestial a besta após 50 anos de missão na Igreja”, disse ao mesmo jornal uma fonte próxima do patriarca.
O nome apontado para suceder a D. Manuel Clemente, que será uma decisão do Papa, é o do cardeal Tolentino de Mendonça, desde 2018 no Vaticano. D. Manuel Clemente, de 74 anos, foi nomeado Patriarca de Lisboa em maio de 2013, tendo tomado posse a 6 de julho desse ano, nos primeiros meses do pontificado de Francisco, que o nomearia cardeal em 2015.
Na carta aberta que divulgou na semana passada, D. Manuel Clemente assumiu a existência de uma denúncia em 1999 que não foi reportada à Justiça e que, já patriarca, marcou encontro com a vítima, que viria a realizar-se em 2019, não tendo então entendido que o devia fazer.
O padre em causa manteve ao longo dos anos as funções como capelão, tendo dirigido uma associação que dava acolhimento a famílias, jovens e crianças, de acordo com o jornal Observador.