O daltonismo deve-se, na maioria dos casos, a uma alteração genética, sendo hereditária e recessiva. Consiste na incapacidade de diferenciar todas as cores ou algumas tonalidades de cor. Isto acontece devido à ausência ou anomalia de células nervosas especializadas (fotorecetores) na nossa retina. Existem dois tipos de fotorecetores – os cones e os bastonetes. Estes são impressionados pela luz e transmitem ao cérebro a cor dos objetos que observamos. No quadro seguinte podemos observar os tipos de daltonismos existentes:
Tricromacia Anómala | Protanomalia (anomalia cones vermelhos) |
Deuteranomalia (anomalia cones verdes) | |
Tritanomalia (anomalia cones azuis) | |
Dicromacia | Protanopia (ausência cones vermelhos) |
Deuteranopia (ausência cones verdes) | |
Tritanopia (ausência cones azuis) | |
Monocromacia | Monocromacia Típica (ausência total de cones) |
Monocromata Atípica (apenas possui 1 tipo de cone) |
É importante o rastreio visual para despistagem do daltonismo em tenra idade, para identificar quem tem problemas. Essas dificuldades não vão desaparecer, não vão aumentar, nem diminuir de intensidade. No entanto, podemos apetrechar as nossas crianças com algumas ferramentas muito úteis para o resto da vida, de forma a evitar traumas e constrangimentos. Frequentemente os professores e educadores de infância deparam-se com alunos que apresentam dificuldades ao analisar mapas, diagramas com cores e desenhos coloridos de uma forma pouco coerente (ex: pintar o céu de verde, a relva de castanha, etc).
Por tudo isto é crucial o diagnóstico precoce de forma a permitir a aplicação de métodos educacionais específicos para proporcionar à criança uma melhor integração escolar. Um desses métodos é o ColorAdd, um código universal de identificação das cores para daltónicos. Através de símbolos é possível representar todas as cores existentes, sem dúvida uma ferramenta muito útil já aplicado hoje em dia na etiquetagem de roupa, manuais escolares, lápis de cor “Viarco”, transportes (mapas de redes de metro), hospitais (pulseiras dos pacientes, linhas de percurso no chão), jogos, etc.
Outra ferramenta é a existência de lentes oftálmicas com filtros que vão alterar a forma como um daltónico vê as cores, melhorando o seu desempenho e ganhando uma capacidade de diferenciação em algumas tonalidades de cor (Filtros EnChroma). Existem também softwares nos computadores que fazem transformações nas cores no sentido de permitir que cores duvidosas sejam colocadas em posições diferentes do espectro de cor, de forma a tornarem-se diferenciáveis a um indivíduo daltónico.
Caso tenha dificuldades na diferenciação de cores, é provável que os seus filhos também tenham o mesmo problema. Visite o seu especialista da visão para para fazer um correto diagnóstico.
Carlos Monteiro
Optometrista Grupótico