No seguimento dos resultados eleitorais do passado dia 1 de outubro, há elementos do Secretariado Concelhio do PS Maia a apresentar a demissão, alegando “atropelos estatutários e ausência de representatividade dos militantes do concelho da Maia na Coligação”.
As eleições autárquicas de 2017, culminaram na vitória por maioria absoluta da coligação “Maia em Primeiro” entre o PSD e o CDS-PP e consequentemente na derrota eleitoral do PS Maia, que foi a eleições coligado com o Juntos Pelo Povo (JPP), através da designação “Um Novo Começo”. Os efeitos do resultado eleitoral começam a fazer-se sentir no seio do partido, com dois dos elementos do Secretariado a baterem com a porta, justificando o pedido de demissão com facto do PS ter abdicado da “sua autonomia estratégica e política“.
Pode ler-se em carta dirigida ao Presidente da Comissão Política Concelhia do PS Maia, Jorge Catarino e ao Presidente da Mesa da Comissão Política Concelhia do PS Maia, Andrade Ferreira, que a “Comissão Autárquica designada para o acompanhamento do processo eleitoral não teve a capacidade de fazer cumprir o Contrato de Coligação assinado pela Secretária-Geral Adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, esvaziando assim as competências e obrigações políticas do PS que do mesmo decorriam”. Para estes militantes socialistas, “toda a atividade política do PS Maia foi suspensa, originando atropelos estatutários e ausência de representatividade dos militantes do concelho da Maia na Coligação”.
Mesma opinião partilha o grupo de militantes intitulado como “Resistência do PS da Maia”, que em comunicado chama a atenção para o facto do PS ter perdido representatividade no município, passando a ter apenas dois vereadores na Câmara Municipal e apenas seis Deputados Municipais com assento na Assembleia, considerando que só a Junta de Freguesia de Águas Santas é uma vitória do Partido Socialista, já que a vitória na Junta de Freguesia de Milheirós, deve ser atribuída ao Juntos Pelo Povo. Estes militantes socialistas, que já antes tinham acusado a Comissão Política de não ter indicado, pela primeira vez, um cabeça de lista candidato à Câmara Municipal da Maia, tendo deixado essa responsabilidade ao candidato do JPP, Francisco Vieira de Carvalho, questionam agora que “autoridade” terá o “Partido Socialista para impor ou dar orientações políticas a estes representantes do J.P.P.?”.
“Resistência do PS da Maia” defende que estas eleições autárquicas foram “uma oportunidade única do PS, finalmente, ganhar a Câmara da Maia”. A estratégia passava por uma candidatura própria do PS, “com listas próprias, deixando o filho de Vieira de Carvalho concorrer como Independente, dividindo o PSD”. Estes militantes que se constituem como uma alternativa à atual Comissão Política do Partido Socialista na Maia, consideram que esta foi uma“oportunidade esbanjada”, perante uma candidatura “frágil” do PSD, num contexto nacional e local em que os Social Democratas obtiveram resultados menos favoráveis. Acrescentam ainda que ao contrário do que aconteceu a nível nacional, o “PS foi varrido, na Maia”, ficando reduzido “a duas dezenas e meia de eleitos” no município.