Associação do setor afirma que a proibição é “inaceitável” e pode levar ao desemprego e fim da atividade para muitos cinemas.
Já não é possível comer pipocas enquanto vê um filme no cinema. A Direção Geral da Saúde (DGS) proibiu a venda de produtos alimentares e refrigerantes nestes locais.
A medida, segundo a DGS, pretende minimizar o risco de contágio da Covid-19, assim como a higienização das salas, o distanciamento físico e o uso obrigatório de máscara. No entanto, está a causar revolta no setor, que acumula quebras de atividade de 80%. A Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais considera “inaceitável” a proibição do consumo de pipocas nos cinemas.
De acordo com o decreto-lei que regulamenta o atual estado de emergência e que vigora desde terça-feira, é proibido comer e beber dentro de salas de espetáculo, designadamente salas de cinema. “Nas áreas de consumo de cafetaria, restauração e bebidas destes equipamentos culturais devem respeitar-se as orientações definidas pela DGS para o setor da restauração, não sendo permitido o consumo de alimentos ou bebidas no interior das salas de espetáculo ou de exibição de filmes cinematográficos”, pode ler-se no diploma.
Esta foi “a cereja no topo do bolo para acabar com a atividade”, avisa o diretor-geral da Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais, Paulo Santos, depois de já terem sido proibidas as sessões à noite (que representavam 40% de receitas da bilheteira) e ao fim de semana a partir das 13.00, já que as receitas dos bares (que normalmente representam um terço do total), eram muitas vezes superiores às de bilheteira.