Na conferência diária da DGS a Diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, falou em “compatibilizar uma nova forma de estar na vida” e António Lacerda Sales, Secretário de Estado, corroborou que um possível “regresso à atividade mais normal não é incompatível com as medidas que temos tomado ao longo do tempo”.
Na conferência aos jornalistas desta quinta-feira foi abordada a questão de um possível regresso gradual à normalidade. O tema surge no seguimento do decreto enviado ao Parlamento, esta quinta-feira, pelo Presidente da República com o pedido de renovação do estado de emergência onde se admite a reativação gradual de alguns estabelecimentos.
António Lacerda Sales explicou que “o decreto do senhor Presidente República vai ao encontro do nosso discurso sempre cauteloso” e que “o regresso à atividade mais normal não é incompatível com as medidas que temos tomado ao longo do tempo”. Nesse mesmo sentido, Grafa Freitas afirmou que “vamos ter de compatibilizar uma nova forma de estar na vida que é voltarmos às nossas atividades gradualmente, mas ao mesmo tempo, continuarmos a observar medidas de controlo de infeção”
Uma mensagem importante numa altura em que se nota um maior movimento de pessoas e de carros nas ruas. Deste assunto, a Diretora Geral da Saúde acredita que “compete às forças policiais controlar fluxos de pessoas e perceber se estão a cumprir ou não”.
“A luz ao fundo do túnel”
O Secretário de Estado da Saúde afirmou que “temos de aprender a viver com o vírus com a consciência de que a única vacina que dispomos no momento é o distanciamento social“. António Lacerda Sales garantiu “que o regresso à normalidade terá de ser feito gradualmente respeitando as orientações técnicas internacionais nomeadamente da OMS e do Centro Europeu de Controle de Doenças e tendo como base a melhor evidência cientifica disponível”
Este “é um esforço adicional de todos os portugueses mas crucial nesta caminhada coletiva” e, no sentido do “desafio que o recolhimento representa”, o Secretário de Estado informou que passa a estar disponível um “manual para ajudar as famílias a lidar com o isolamento com dicas importantes sobre situações de violência, risco e segurança online”.
“Estamos certos de que os portugueses continuarão à altura deste enorme desafio e do que o país espera de todos nós e que a luz ao fundo do túnel se tornará em breve mais brilhante“, concluiu.
A linha SNS 24 e o reforço dos equipamentos de saúde
António Lacerda Sales informou que a linha SNS 24 está a receber cerca de 9 500 chamadas diárias e lembrou aos portugueses que esta “linha pode e deve ser utilizada também e sempre em caso de dúvida relativamente a outras patologias”.
O Secretário de Estado afirmou ainda que foram recebidos, esta semana, 900 mil respiradores FFP2 e FFP3 e cerca de 6 milhões de máscaras cirúrgicas entre outros equipamentos como luvas, toucas e protetores de calçado. “Continuamos a distribuir de acordo com as necessidades por todo o país”, completou.
Cerco sanitário em Ovar
Sobre o possível levantamento do cerco sanitário em Ovar, a Diretora-Geral de Saúde explicou que, de acordo com as autoridades de saúde, a localidade tem todas as características reunidas para que regresse “a uma certa normalidade”.