Os municípios que constituem o Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular aprovaram, por unanimidade, um pacote de infraestruturas complementar à linha ferroviária do Minho e à sua ligação à Galiza. Reunião ocorreu na Maia.
O Eixo Atlântico aprovou assim um segundo pacote de infra-estruturas que “complemente a linha do Minho já em obras ou em processo de contratação com prazo de finalização em finais de 2019 e as ligações pendentes na parte galega”. Será por isso apresentado ao Governo a proposta da ligação ferroviária da linha do Minho com o aeroporto Sá Carneiro, e a interligação da linha do Vale do Vouga com a linha ferroviária do norte com uma paragem no Europarque.
Já antes da Assembleia Geral do Eixo Atlântico, que ocorreu na passada sexta-feira, António Silva Tiago tinha revelado a intenção de defender o ponto da ordem de trabalhos que pedia a ligação ferroviária entre Vigo e Porto, com acesso ao Aeroporto Internacional Francisco Sá Carneiro, na Maia, e com um tempo de viagem inferior a 70 minutos.
No seu discurso durante a sessão de encerramento da reunião magna, o presidente da Câmara Municipal da Maia sublinhou que os 37 municípios que compõem o Eixo Atlântico serão “mais fortes e mais eficazes se unirem esforços ao nível da investigação, da inovação e do crescimento económico sustentado, capaz de gerar riqueza nos seus territórios”.
“Se queremos viver em sociedades mais inteligentes, ambientalmente mais eficientes, que optem por uma forma de consumo mais racional e adotem uma mobilidade mais sustentável, para que seja possível descarbonizar a interação do Homem com o Planeta, temos de partilhar objetivos globais que começam ao nível da intervenção local e vão ganhando escala com a cooperação inter-regional”, afirmou o autarca maiato, que tem assumido a vontade em colocar a Maia na liderança da “sustentabilidade integral”.
Eixo Atlântico tem agenda urbana única na Europa
O Plano de Ação da Agenda Urbana para o Noroeste Peninsular, igualmente aprovado por esta associação de municípios urbanos, constitui-se assim como o primeiro documento do género em toda a Europa, tendo merecido elogios de Matos Fernandes, Ministro do Ambiente, que presidiu o encerramento dos trabalhos. O documento pretende ser um “orientador das políticas públicas” para o território do Norte de Portugal e da Galiza, tendo em conta quatro áreas prioritárias: a cidade do futuro, o desenvolvimento económico e o emprego, a coesão territorial e a configuração do espaço euro-regional.
Alfredo García Rodríguez, autarca de Barco de Valdeorras, em Ourense, Espanha, sucessor na presidência do eixo Atlântico de Ricardo Rio, de Braga, destacou que esta agenda “é a primeira da Europa porque o Norte de Portugal e a Galiza estão a saber fazer os seus deveres de casa”. Este plano revela um trabalho transfronteiriço que surge cada vez mais vincado após 25 anos de cooperação do Noroeste Peninsular.
O Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular é uma associação transfronteiriça de municípios, criada em 1992, com o apoio da Comissão Europeia, que integra as 37 principais cidades da euro-região Galiza-Norte de Portugal. A Assembleia Geral realiza-se de forma rotativa e ocorre uma vez por ano.