Os votos da emigração consolidaram a vantagem da Aliança Democrática sobre o PS nas eleições legislativas, com a coligação a manter-se à frente e o Chega a aumentar a sua representação no Parlamento.
A votação dos portugueses residentes no estrangeiro nas eleições legislativas de 10 de março revelou um interesse sem precedentes, com uma participação recorde que confirmou a vitória da Aliança Democrática (AD), coligação que une PSD, CDS e PPM. Os resultados do escrutínio provisório, divulgados esta quarta-feira, dia 20 de março, indicam que tanto a AD como o PS elegeram um deputado cada, pelos círculos do estrangeiro, enquanto o Chega se destaca com a eleição de dois mandatos.
Este sufrágio, que registou a participação de cerca de 300 mil votantes, cerca de 86% do total de boletins expedidos, reflete uma taxa de participação que ronda os 22,04%, um valor significativamente superior aos 11,42% de 2022 e apenas superado pelas eleições de 2011.
Segundo os dados apurados, a Aliança Democrática mantem a sua vantagem sobre o PS, consolidando a sua posição com a eleição de um mandato adicional pelos círculos do estrangeiro. Luís Montenegro, líder da coligação, já foi indigitado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, como primeiro-ministro. Augusto Santos Silva, presidente cessante da Assembleia da República, perdeu o mandato pelo círculo Fora da Europa para o Chega. É o primeiro Presidente da Assembleia da República a ir a votos e a não ser reeleito.
A contagem dos votos da emigração trouxe ainda a liderança do Chega pelo círculo da Europa, beneficiando principalmente dos votos na Suíça, enquanto que a AD e o PS dividem as preferências dos eleitores, com destaque para os votos dos emigrantes em França que contribuíram para a eleição de um deputado socialista. O Chega foi a força política mais votada, alcançando 18,31% da preferência eleitoral, o que se traduz em 42.972 votos e a atribuição de um mandato parlamentar. O Partido Socialista (PS) ficou na segunda posição, com 16,22% dos votos, correspondentes a 38.061 votos, garantindo igualmente um lugar no Parlamento. A coligação Aliança Democrática (AD), composta por PPD/PSD, CDS-PP e PPM, obteve 14,21% dos votos, totalizando 33.350 votos, mas sem conseguir eleger qualquer deputado por este círculo. Entre os partidos mais pequenos, o Bloco de Esquerda (B.E.) e a Iniciativa Liberal (IL) registaram, respetivamente, 2,74% e 2,44% dos votos, demonstrando uma presença moderada no eleitorado emigrante. Seguem-se o PAN, com 2,20%, e o Livre (L), com 1,74%.
Na contagem dos votos dos portugueses residentes fora da Europa, a AD emergiu como a força política mais votada, com 22,90% do total de votos, equivalendo a 22.636 votos. Este resultado permitiu à coligação assegurar um mandato neste círculo eleitoral. O Chega também se destacou nesta votação, alcançando 18,27% dos votos, o que corresponde a 18.067 votos, garantindo igualmente um mandato. Por sua vez, o PS obteve 14,58% dos votos, totalizando 14.410 votos, mas não conseguiu garantir um mandato por este círculo. Entre os partidos com menor expressão, o PAN e a Iniciativa Liberal (IL) registaram, respetivamente, 2,36% e 1,92% dos votos. O Bloco de Esquerda (BE) e o partido Nós, Cidadãos! (ND) seguiram-se com 1,87% e 1,48% dos votos, respetivamente.