A Indaqua revelou que ganhou o concurso para reduzir perdas de água na rede da Maia com um “modelo inovador”, que situará essas fugas abaixo da média nacional de 30%.
O procedimento de 2,5 milhões para execução em cinco anos, pretende diminuir as perdas de água no concelho, reduzindo dos atuais 32,7% para 12,9%, o que implicará o levantamento cadastral das redes e a implementação de um sistema de informação geográfica.
Em comunicado, a empresa diz que o contrato é “de performance” e adota um modelo “inovador” porque, embora envolvendo como habitualmente o projeto e as construções necessárias ao “zonamento de redes, controlo de pressões e substituição de contadores”, estipula “o pagamento de uma parcela substancial do valor contratual apenas em função das poupanças geradas pelo desempenho conseguido”.
A empresa realça que está assim em causa “um modelo contratual em que parte da remuneração provém das poupanças geradas pelos clientes – algo que acontece, nesta área, pela primeira vez na contratação pública em Portugal”.
Para demonstrar quanto as perdas de água se revelam um desperdício de recursos ambientais e financeiros, a Indaqua traça um paralelo entre o seu desempenho nos outros concelhos onde é concessionária – Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, Fafe, Matosinhos, Santo Tirso, Trofa e Vila do Conde – e a prestação da generalidade dos gestores de redes de água no país.
“Pelo quarto ano consecutivo, a Indaqua fechou o ano de 2018 com uma redução do índice de perdas – menos 14% – que contraria a tendência nacional das 256 entidades gestoras, que registaram um índice de 30%”, explica.
Daí resulta que, “se o país, no seu conjunto, tivesse o mesmo nível de desempenho dos municípios concessionados à Indaqua, só em 2018 não teriam sido perdidos 157 milhões de metros cúbicos de água – o suficiente para abastecer todo o país por mais de três meses”.
Em declarações reproduzidas pela Lusa, Enrique Castiblanques, diretor-geral do grupo Indaqua, defende, por isso, que “os contratos baseados em performance com garantia de poupança são a resposta adequada à ‘problemática das perdas de água em Portugal” e acredita “que venham a surgir mais concursos públicos que promovam este modelo contratual”.
Esse formato é inspirado no adotado pelas empresas do setor energético, já foi testado em vários contratos internacionais desenvolvidos pelo grupo Miya (que é acionista da Indaqua) e “limita fortemente o risco do operador que contrata apoio técnico e investimento” para reduzir perdas de água – como as que resultam, por exemplo, de fugas na rede e do saneamento de afluências indevidas, como o das águas pluviais que se infiltram no sistema.
Quanto à repercussão no tarifário do consumidor final, a Indaqua diz que será “nenhuma”.