Aluimentos de pavimentos como o que aconteceu na Maia, há uma semana, ou em Alfena, em 2016, “podem repetir-se” se os responsáveis “não despertarem rapidamente para o risco real de segurança existente nas estradas portuguesas”.
“Temos estradas espalhadas pelo país com passagens hidráulicas feitas em ‘armco’ [chapas metálicas usadas há cerca de 20/30 anos] e que podem começar a colapsar quando há chuvas, quando há estradas com mais tráfego. É urgente que todas as entidades despertem para o risco real de segurança que esta solução antiga representa”, disse, à agência Lusa, o coordenador do Colégio de Engenharia Civil da Ordem dos Engenheiros – Região Norte, Bento Aires.
A 19 de janeiro, a antiga Estrada Nacional 13 aluiu sem causar vítimas, estando atualmente cortada ao trânsito nos dois sentidos. Situação semelhante ocorreu em fevereiro de 2016, na própria A41, em Alfena. Na altura em que o piso também sofreu um abatimento que só ficou resolvido em maio seguinte.
Convidado a comentar estas situações, Bento Aires disse à Lusa que “Maia ou Alfena, ou o Norte do país, não são casos únicos”, alertando que os aluimentos “podem repetir-se” porque, explicou, “em Portugal foi frequente há 20/30 anos fazer tubagens de passagens hidráulicas em ‘armco’, uma solução que está a chegar ao fim da sua vida útil”.
“Na prática são chapas que estão a sofrer fenómenos de corrosão, que estão danificadas. O próprio solo, quando a chapa começa a ficar comprometida, começa a ceder, o que leva ao colapso”, disse o especialista.
Na quarta-feiraa câmara da Maia garantiu que ia optar por uma solução “resistente e duradoura”, prevendo que esta passasse por canalizar a linha de água por uma conduta de betão armado reforçado com cerca de dois metros de diâmetro. No mesmo dia, a autarquia fechou a antiga EN13 ao trânsito, desviando-o no sentido norte/sul pela rua da Ponte de Moreira até à Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Ponte de Moreira, enquanto no sentido sul/norte os condutores têm a A41 como alternativa.