Um estudante de 17 anos, residente no Grande Porto, foi detido por suspeita de planear um ataque violento, incluindo o homicídio de um mendigo com transmissão online paga, revelou a Polícia Judiciária.
A Polícia Judiciária (PJ) anunciou em comunicado, esta sexta-feira dia 3 de maio, que um jovem português foi detido por envolvimento em planos de atos violentos, incluindo homicídios e massacres em escolas brasileiras. O adolescente é acusado de orquestrar um crime particularmente macabro que envolvia o assassinato de um mendigo, com a transmissão do ato pela internet, onde espectadores pagariam para assistir.
O jovem, descrito como “extremista e violento”, liderava uma comunidade no Discord, onde promovia ideologias de ódio e violência. Este grupo dedicava-se a atividades extremamente perturbadoras, incluindo homicídios em massa, automutilação, e até propaganda nazi.
A operação que culminou na detenção deste suspeito contou com a colaboração internacional, incluindo viagens de inspetores da PJ ao Brasil para trabalhar diretamente com a Polícia Federal. A investigação revelou a existência de outros jovens envolvidos, principalmente de nacionalidade brasileira.
Segundo o Jornal de Notícias, o diretor da PJ afastou a categorização dos atos como terrorismo, mas sublinhou a influência que o detido exercia sobre outros jovens, muitos dos quais apresentavam comportamentos antissociais e viviam isolados, explorando a impunidade proporcionada pelas redes anónimas.
O caso ganhou ainda mais relevo após um incidente trágico em São Paulo, onde um jovem de 15 anos, alegadamente influenciado por esta rede, cometeu um homicídio com arma de fogo (um revólver calibre 38) numa escola de Sapopemba, no Brasil, resultando na morte de uma jovem de 17 anos.
A detenção de um cúmplice de 15 anos pela Polícia Federal há duas semanas e o primeiro interrogatório judicial do estudante detido reforçam a gravidade e o alcance internacional deste caso.