O motorista do Ministro da Administração Interna é o único acusado pelo Ministério Público de homicídio por negligência, no acidente com atropelamento que resultou na morte de um trabalhador que fazia trabalhos na A6.
“O Ministério Público deduziu acusação, requerendo o julgamento por tribunal singular, contra um arguido, o condutor do veículo automóvel interveniente num acidente de viação ocorrido na A6, no dia 18 de junho de 2021, imputando-lhe a prática, em concurso, de um crime de homicídio por negligência e de duas contraordenações”, afirma o DIAP de Évora, em comunicado divulgado esta sexta-feira, dia 3 de dezembro.
A acusação refere ainda que o arguido “conduzia, naquela ocasião e lugar, veículo automóvel em violação das regras de velocidade e circulação previstas no Código da Estrada e com inobservância das precauções exigidas pela prudência e cuidados impostos por aquelas regras de condução”. O Observador avançou, segundo o despacho a que teve acesso, que o motorista seguia na via da esquerda, a uma velocidade de 166 quilómetros por hora.
“Estamos a falar de um atravessamento de uma via não sinalizada. É por isso que irá ser feito o esclarecimento”, afirmou Eduardo Cabrita.
Eduardo Cabrita questionado esta manhã por vários jornalistas, afirmou que esta situação é o “Estado de Direito a funcionar” e que é nesta fase que se “permitirá esclarecer as condições do acidente”. Afirmou ainda que “estamos a falar de um atravessamento de uma via não sinalizada”.
Questionado sobre se tinha noção que o a sua viatura circulava a 166 quilómetros por hora, o Ministro respondeu que era apenas um passageiro: “Eu sou passageiro, é o Estado de Direito a funcionar, temos de confiar no Estado Direito, ninguém está acima da lei”.