No dia em que cinco activistas ucranianos foram mortos nos confrontos, conseguimos um relato na primeira pessoa do significado dos protestos que assolam a Ucrânia e se concentram principalmente em Kiev. Alexander Buryma, um Ucraniano a estudar em Portugal, deu-nos a sua visão dos confrontos. Este é um relato que nos alerta mais uma vez para a necessidade de acompanharmos este momento difícil na Ucrânia, com a nossa solidariedade e o nosso apoio da causa Europeia. Ficam aqui o testemunho do Alexander :
Tudo começou com o facto de a Ucrânia ter colocado os olhos na Europa. Era benéfico para o governo e este promoveu a Europa por todo o país. Assim que a Rússia começou a pressionar a Ucrânia, através de ameaças e de condições económicas mais favoráveis, o presidente Ucraniano Viktor Yanukovych mudou o rumo do país para uma direcção oposta.
Desta vez, toda a nação se envolveu. Começaram protestos pacíficos que foram dispersos à força. A cada dispersão, juntavam-se cada vez mais pessoas. Só na praça principal do Pais, “Maidan”, juntaram-se cerca de um milhão de pessoas. Entretanto, a oposição nada fazia. Os acontecimentos repetiam-se sem qualquer efeito. Apesar disto, as pessoas ficavam na “Maidan”.
Após dois meses de disputas sem resultados, o partido do poder esgotou a sua paciência e introduziu leis que se opõem aos direitos e às liberdades dos cidadãos da Ucrânia. Essas leis foram votadas de uma forma que não é legal.
Mesmo quem não se sentia atingido pelas decisões recorreu à principal entidade reguladora do país. O processo falhou e desencadeou-se uma verdadeira guerra. As tropas do exército assassinaram agora, segundo os media, quatro pessoas. Ouvem-se explosões e tiros no centro da cidade. As pessoas não tem oportunidade de chegar aos hospitais, estes estão lotados com os inúmeros feridos.
Actualmente os activistas são raptados e torturados e as forças especiais actuam disfarçadas de jornalistas continuando a disparar as suas armas. As forças especiais, chamadas de “Berkut” estão na rua a abater pessoas. Os direitos das pessoas são esmagados, assim como essas mesmas pessoas.
Os activistas construíram barricadas para se protegerem a eles e às suas opiniões. Todas as noites tem medo do próximo assalto à “Maiden”. No entanto, as pessoas ficam na praça, pois não querem ir para o “outro lado”.