Durante o mês de agosto, mais esquadras correm o risco de encerrar por falta de pessoal, disse em declarações ao DN o presidente da Associação Sindical de Profissionais de Polícia.
Depois de no fim de semana passado a maior esquadra do Porto, a Esquadra do Infante, ter estado encerrada durante várias horas por falta de efetivo, existe a possibilidade de, no próximo mês de agosto, esta situação se tornar recorrente. Ao que o DN apurou, a mesma situação aconteceu nas esquadras de Valongo e da Maia na noite de 27 para 28 de julho, com o serviço de atendimento de ambas a encerrar entre as 00:00 e as 08:00.
Paulo Santos, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), explicou ao DN que o mês de agosto “é um período de férias e, juntando a isso, há quem esteja de baixa prolongada e acabe por descompensar muito o serviço em esquadras”. Para além do Porto, Paulo Santos explica que “nos Açores, por exemplo, há meses que há esquadras que têm de encerrar o atendimento por falta de pessoal”.
Na sequência destes acontecimentos recentes, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, revelou, na passada segunda-feira, que vão ser criadas esquadras móveis em Lisboa e no Porto para combater a falta de efetivos. Uma solução que não serve, na opinião do presidente do ASPP: “Essa foi uma solução muito particular. O problema, no entanto, é de base e não de estrutura. Esta será uma solução a muito curto prazo mas, a longo prazo, não faz qualquer sentido.” Inicialmente, estava planeado que esquadra móvel do Porto entrasse em funcionamento no fim de semana, mas o lançamento foi antecipado para amanhã para, segundo Rui Moreira, “ver como a população reage”.
Portugal, atualmente, tem um número de efetivos por 100 mil habitantes superior a outros países europeus (442 por cada 100 mil). “Nós não conseguimos ter um número certo sobre quantos efetivos faltam. Em rácio até estamos bem, mas há polícias que só estão em funções administrativas e há outros que saíram para o SEF, por exemplo. Além disso, vão entrar mil polícias este ano, mas vão sair outros mil, isto significa que não há um aumento efetivo de operacionais.”
“Turismo não pode ter falhas na segurança de pessoas e bens”.
Depois de dois anos em que o País parou por causa da pandemia gerada pelo vírus da covid-19, eis que as rotinas anteriores a 2019 voltam a ser retomadas, e o setor turístico não fica indiferente. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o número de dormidas, no mês de abril, ultrapassou os seis milhões, um número que até superou os valores de 2019, o último ano pré-covid-19.
“Para vingar, o Turismo não pode ter falhas na segurança de pessoas e bens”, considera, acrescentando: “Portugal tem na segurança um dos seus grandes ativos em termos internacionais.” Por isso, “os meios de segurança devem ser reforçados, até pela marca forte que Portugal é em termos institucionais”, disse Cristina Siza Vieira, vice-presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).
[Atualização 28/07 às 15h40]
No âmbito da informação avançada pelo DN em relação ao encerramento da Esquadra da Maia, na madrugada de 27 para 28 de julho, o Comando Metropolitano do Porto, em declarações ao NOTÍCIAS MAIA, garantiu que “não se verificou a situação descrita”, encontrando-se “no período referido a laborar com todas as valências disponíveis, incluído o atendimento ao público”.