Após cancelamento da divulgação dos resultados trimestrais, Farfetch mantém silêncio sobre nova data para apresentação, gerando alarme no mercado.
Quinze dias após a data inicialmente prevista para a divulgação dos resultados trimestrais, a Farfetch, plataforma de venda de marcas de luxo, ainda não marcou um novo dia para a apresentação das contas.
Após dois anos consecutivos de lucro em 2021 e 2022, beneficiando do crescimento do comércio online durante a pandemia, a Farfetch regressou aos prejuízos nos últimos quatro trimestres. No segundo trimestre deste ano, a empresa reportou perdas significativas, contrastando com o lucro do período homólogo.
A apresentação dos resultados do terceiro trimestre estava agendada para 29 de novembro, com expectativas de novidades sobre estratégia e gestão. No entanto, a empresa desmarcou o evento sem fornecer uma nova data, limitando-se a afirmar que fornecerá uma atualização “no devido tempo”.
O adiamento refletiu-se na cotação das ações da empresa na bolsa de Nova Iorque, que sofreram uma queda acentuada. Este cenário levou a especulações sobre possíveis conversações para retirar a empresa de bolsa, com apoio de parceiros como Alibaba e Richemont.
A Farfetch, que já foi considerada um “unicórnio” português, está também a enfrentar uma ação judicial nos Estados Unidos, acusada de fazer “afirmações enganadoras” e omitir informações relevantes ao mercado.
Em Portugal, há receios de que a situação atual da empresa possa afetar o projeto imobiliário Fuse Valley, em Matosinhos, um investimento partilhado com a construtora Castro Group. A primeira fase do projeto, inicialmente prevista para o final de 2025, foi adiada para o segundo semestre de 2026/janeiro de 2027.