As ações da Farfetch, fundada pelo português José Neves, caíram mais de 50% na quarta-feira, após a empresa cancelar a apresentação de resultados trimestrais. Especula-se sobre a possível retirada da empresa da bolsa.
A Farfetch, plataforma de moda de luxo online, enfrentou na quarta-feira, dia 29 de novembro, uma queda acentuada nas suas ações na Bolsa de Nova Iorque. Esta queda, de 53,74%, ocorreu após o cancelamento da apresentação dos resultados trimestrais da empresa, marcada originalmente para terça-feira. A decisão gerou preocupações no mercado e levou a especulações, reportadas pelo jornal britânico The Telegraph, de que estaria a ser considerada a retirada da Farfetch da bolsa.
A empresa tem apresentado prejuízos há quatro trimestres consecutivos. Ao fechar a sessão em Nova Iorque, a Farfetch valia cerca de 342,52 milhões de dólares, um valor significativamente menor em comparação com os 23 mil milhões de dólares atingidos no início de 2021.
Um porta-voz da Farfetch, citado pelo jornal Público, declarou que a empresa não comentará a situação. Até ao momento, a única informação oficial é o comunicado sobre o adiamento da apresentação de resultados, indicando que a empresa fornecerá uma atualização de mercado “no devido tempo”.
De acordo com o mesmo jornal, a situação financeira da Farfetch tem sido motivo de preocupação nos últimos meses. O jornal The Telegraph reportou que o fundador, José Neves, está a trabalhar com o banco de investimento JP Morgan na retirada da empresa da bolsa, contando com o apoio da Alibaba e do Richemont. Ambos investiram na Farfetch em 2020, durante o lançamento da Farfetch China.
A empresa, sediada em Londres, foi fundada em 2008 e tornou-se o primeiro unicórnio português, estreando-se em Wall Street em 2018. Desde então, o valor das suas ações caiu mais de 96%, e a empresa registou lucros apenas em 2020 e 2021.