A Farfetch anunciou um prejuízo de 93 milhões de dólares (cerca de 85 milhões de euros) no primeiro trimestre de 2024, conforme revelado pelos novos proprietários da empresa, o grupo sul-coreano Coupang.
A Farfetch, que tem vindo a transferir as suas operações em Portugal para a unidade de Guimarães, registou um prejuízo de 93 milhões de dólares (aproximadamente 85 milhões de euros à taxa de câmbio atual) no primeiro trimestre de 2024. Estes resultados foram divulgados pelo grupo sul-coreano Coupang, que adquiriu a empresa recentemente.
Segundo o comunicado de Coupang, a Farfetch conseguiu um volume de negócios de 288 milhões de dólares (264 milhões de euros) até 31 de março de 2024, desde o início do ano. Apesar dos maus resultados da Farfetch, o grupo sul-coreano registou um aumento de 23% na sua faturação em comparação com o ano anterior.
Além da unidade de Guimarães e dos escritórios em Matosinhos, a Farfetch mantém agora apenas uma unidade em Lisboa, após ter encerrado as operações em Braga no final do ano passado, antes da compra pelos sul-coreanos. A empresa fundada pelo vimaranense José Neves tinha planos para inaugurar um novo complexo em Leça até 2026, criando cerca de 7.000 postos de trabalho, mas este projeto pode estar em risco.
De acordo com a SIC, cerca de 700 colaboradores da Farfetch aceitaram já a proposta de despedimento, sem direito a subsídio. Outros 200 funcionários têm contrato a termo certo que não será renovado. Adicionalmente, cerca de uma centena de trabalhadores estão em processo de despedimento coletivo.
Segundo o Eco, o grupo Coupang está a reestruturar a empresa para estancar a perda de liquidez, depois de uma injeção de 500 milhões de dólares ocorrida no início de fevereiro. No total, estima-se que 2.000 pessoas, cerca de 30% da força de trabalho da empresa, serão despedidas.
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