O Tribunal da Relação de Paris condenou o ex-Presidente francês Nicolas Sarkozy a um total de um ano de prisão, dos quais seis meses são de pena suspensa e os restantes seis de prisão efetiva. A decisão, divulgada pelo jornal Le Monde, relaciona-se com o alegado financiamento ilegal da sua campanha presidencial em 2012.
Nicolas Sarkozy, antigo presidente francês, foi condenado esta quarta-feira, dia 14 de fevereiro, a um ano de prisão, incluindo uma pena efetiva de seis meses, devido a irregularidades no financiamento da sua campanha presidencial de 2012. O Tribunal da Relação de Paris revisou a sentença de primeira instância, que já previa uma condenação de um ano, mas optou por especificar a divisão entre pena suspensa e efetiva.
O caso, amplamente divulgado como “caso Bygmalion”, centra-se no excedente de despesas de campanha autorizadas pela lei francesa. As regras eleitorais do país estipulam um limite de 22,5 milhões de euros, mas a campanha de Sarkozy, em confronto eleitoral com François Hollande, registou gastos da ordem dos 42,8 milhões de euros, violando assim o teto legal. Para dissimular o excesso, a equipa de Sarkozy recorreu à empresa de comunicação Bygmalion, que elaborou um esquema de faturas falsas.
No julgamento em primeira instância, em setembro de 2021, Sarkozy foi considerado culpado por ultrapassar significativamente o limite de despesas permitido, recebendo uma pena de um ano de prisão por financiamento ilegal de campanha. A instância inicial sugeriu que a pena fosse cumprida em regime de prisão domiciliária.
Além desta condenação, Sarkozy, com 68 anos, já enfrentou outras acusações judiciais, incluindo tráfico de influências e corrupção ativa, relacionadas ao financiamento ilegal da sua campanha presidencial de 2007, das quais recorreu. No processo denominado “Bismuth”, foi acusado de estabelecer um “pacto de corrupção” com o objetivo de obter informações sobre uma investigação ao financiamento da campanha de 2007, prometendo em troca favores para um cargo no Mónaco a um magistrado envolvido.
Sarkozy aguarda ainda outro julgamento, previsto para o início de 2025, sobre o financiamento da sua campanha de 2007 com fundos provenientes da Líbia.