O Centro de Formação Profissional da Indústria da Construção Civil e Obras Públicas do Norte (CICCOPN) enviou, em novembro de 2022, doze formandos para duas cidades francesas, integrados no projeto InForCIC (Internacionalizar a Formação no CICCOPN), do programa europeu Erasmus+. Regressados no mês de dezembro, alguns dos formandos partilharam a sua experiência no estrangeiro.
O Erasmus+ é um programa que possibilita estágios fora de Portugal para jovens que frequentam o ensino e a formação profissionais. No caso do CICCOPN, os formandos foram enviados para Trappes, a cerca de vinte quilómetros de Paris, e para Besançon, junto à fronteira com a Suíça.
Regressados no passado mês de dezembro, alguns dos formandos que foram enviados neste projeto deixaram o seu testemunho e partilharam a experiência que tiveram durante este período.
Luís Alves, Técnico de Instalações Elétricas, foi um dos formandos que esteve integrado neste projeto. Confrontado com as competências que melhorou neste tempo, confessou ter evoluído “bastante a nível linguístico, apesar de não ter falado muito”, salientando que “ir para um país onde se fala uma língua diferente aprende-se sempre algo”.
No que toca às competências profissionais, Luís diz ter melhorado “em termos das cores dos cabos que eles utilizam lá, que são diferentes das que utilizamos em Portugal”.
Esta experiência, por muito que tenha durado apenas um mês, pode ter um grande impacto no futuro de quem se insere neste programa. “No futuro, eles vão ver o meu currículo e vão reparar que eu estive a trabalhar fora e acho que isso será um ponto a meu favor”.
Quanto à sua adaptação e integração numa comunidade diferente da que está habituado, Luís não teve nenhum problema. “Desde que cheguei sempre fui muito bem recebido, as pessoas ajudavam-me em tudo. Foi uma experiência muito boa, e que aconselho a todos os que querem experimentar”.
João Bicha, do curso de Técnico/a de Obra / Condutor(a) de Obra, teve um papel diferente dos demais, uma vez que deu aulas a alguns formandos estrangeiros. “Evoluí muito a língua francesa, porque a minha experiência foi muito à base da comunicação com os alunos e tive que me habituar rápido. A nível de trabalho, fiz coisas que habitualmente não faço no CICCOPN. Tive uma pequena formação de andaimes e tirei muito proveito disso”.
“Sair da minha zona de conforto não foi um problema, já estou habituado a estar longe de casa. Aquilo em que senti mais dificuldade foi em dar aulas aos alunos, e a comunicar com eles”, confessou.
Apesar de estar longe de casa, por muito que se esteja habituado, estar noutro país pode tornar-se ainda mais complicado se não houver ajuda e acompanhamento e ajuda. “A minha integração foi muito fácil. Apesar de não saber falar muito bem Francês, eles tentavam sempre comunicar comigo ou através de gestos ou em Inglês, que eu tenho a sorte de ter um bom aproveitamento da língua”.
João considerou estes tempos como “uma experiência única. Se para o ano puder vou repetir. Aconselho a todos quer a nível de ganhar currículo, de ver outras culturas, outras comunidades, outro país, para perceber se trabalhar no estrangeiro é realmente o que querem”.
Ricardo Carneiro, técnico de instalações elétricas, considerou que “ter a habilidade de sair da minha zona de conforto foi uma das principais competências que adquiri em Erasmus. Consegui melhorar também as minhas competências linguísticas e o a minha competência no trabalho”.
Ricardo teve que se habituar a uma nova vida neste mês que passou fora de casa. “A rotina foi algo diferente. Lá em França ou começam o dia mais cedo ou começam mais tarde, é um bocado estranho. A nível de trabalho, eles lá usam diferentes cores no trabalho, o que eu acho que é melhor porque dá para organizar as coisas”.
“No futuro, esta oportunidade vai me servir para ter no currículo que estive a trabalhar no estrangeiro. A nível pessoal, foi bom para sair da zona de conforto e ganhar alguma independência. Ao início a maior dificuldade foi a língua francesa, mas ultrapassei isso através da língua gestual e até mesmo do Inglês. De resto, não tive dificuldades até porque para além de me terem recebido bem, integraram-me facilmente e ajudaram-me no que foi preciso”, disse.
Ricardo caraterizou esta experiência como “inesquecível e repetível”. “Antes de entrar no CICCOPN não sabia da possibilidade de ir de Erasmus através de um curso profissional, mas mal soube numa aula, olhei para o Luís e disse-lhe ‘Se tu fores, eu vou’, e acabamos por vir os dois”, concluiu.