O Sport Clube Castêlo da Maia começou a escrever o Futebol no feminino há cerca de 3 anos. Este ano terminou a Liga Feminina de Sub19 em 4º lugar e orgulha-se em ter várias atletas a representar a Seleção Nacional. O NOTÍCIAS MAIA falou com o presidente Luís Marçal e com o vice-presidente Pedro Pinto para conhecer esta história deste clube no feminino.
Notícias Maia (NM): O futebol feminino esteve em destaque, com bons resultados. Como começou a escrever-se a história do futebol feminino neste clube?
Pedro Pinto (PP): O futebol feminino começa no clube há 3 anos atrás quando a Associação de Futebol do Porto abre o primeiro campeonato de futebol 7 feminino e onde o Sport Clube Castêlo da Maia se inscreve. Obtivemos bons resultados e, no ano seguinte, entrámos no campeonato de futebol de 9 da Federação, um campeonato nacional de juniores, onde conseguimos ficar nas primeiras 4 equipas. Entre a Associação de Braga, Aveiro, Porto, Lisboa o onde foi depois formado o Campeonato com 11. Nesse campeonato de futebol de 11 ficaram as melhores 8 equipas: Braga, Sporting, Benfica, Marítimo, Albergaria, Clube Futebol Benfica e Estoril. Estrámos nessa competição no ano passado e conseguimos ficar nas primeiras 4.
NM: Quantas atletas jogam no SC Castêlo da Maia e qual é a amplitude de idades?
PP: Atualmente temos 50 atletas no clube, desde os 10 até aos 18 anos de idade. As nossas atletas jogam em diferentes escalões e, inclusive, já tivemos na seleção nacional 15 atletas entre Sub15, Sub16 e Sub17. Um aspeto curioso é que a média de idades das nossas atletas do campeonato de Sub19 é de 15 anos. Chegámos ao 4º lugar num campeonato de Sub19 com uma média de idades de 15 anos.
NM: O que significa para o clube ter atletas a representar a seleção nacional?
Luís Marçal (LM): É um grande motivo de orgulho termos atletas a representar a Seleção Nacional e, para uma equipa como o Castêlo da Maia, que começou com o Feminino há 3 anos, é ainda maior. Embora nós já tivéssemos algumas atletas a jogar aqui no futebol misto e, inclusive, algumas delas também chegaram às Seleções e treinaram aqui desde pequenas. Ter atletas na Seleção Nacional é bom por um lado mas depois também corremos os riscos de ficarmos sem elas porque os outros clubes, ditos maiores, vêm cá tentar buscá-las, aliciando-as com outras propostas. Tem um lado bom e um lado mau, mas não deixa de ser um motivo de orgulho. No início da época fomos recebidos pelo Presidente da Câmara nos Paços do Concelho devido ao destaque que estas atletas têm tido no panorama do futebol feminino nacional.
NM: Acaba por ser difícil segurar as atletas.
PP: Sim, e como o presidente disse, cada vez mais as atletas estão a ser aliciadas por outros clubes e não vamos conseguir manter a equipa assim muito mais tempo. A nível de apoios também não estamos muito confortáveis. Tivemos de fazer muitas deslocações, como por exemplo à Madeira, a Lisboa, Albergaria, Braga, etc, para um Clube como o Castêlo da Maia, é pesado. Para poder continuar com isto é preciso muita ajuda e é difícil no futebol.
NM: Em relação a essa tentação dos clubes maiores virem buscar jogadoras, no final da época saíram atletas para outros clubes?
LM: Sim, saiu a Leonor Miller para o Famalicão, para um projeto de seniores e sabemos que há várias delas a ser observadas por outros clubes. A tentação de vir buscar jogadoras já formadas é muito grande. Mas temos que viver com isso, temos que viver com o sucesso. Sabemos que as atletas vão chegando a um patamar onde não as poderemos manter aqui por muito mais tempo, mas ficamos contentes que elas vão para clubes grandes. Nós apostamos muito na formação, temos cerca de 21 escalões, entre Futebol masculino e feminino com escalões desde os Sub6 até aos Veteranos. A formação é realmente a nossa aposta e sabemos que muitos deles serão levados para outros clubes, temos atletas que saem daqui muito novos para o Porto, Sporting e Benfica por exemplo.
NM: Como é que o clube encarou o final antecipado do campeonato feminino sub19?
LM: Nós queríamos disputar o campeonato até ao fim porque tínhamos a ambição de chegar ao 3º lugar. Já éramos a 4ª melhor equipa e o objetivo da equipa era subir mais lugares. Não ia ser uma tarefa fácil mas elas acreditavam que iriam conseguir e nós também achamos que seria possível. Portanto ter acabado desta forma foi prejudicial.
NM: O Sport Clube Castêlo da Maia tem uma caderneta de cromos. Como surgiu esta ideia?
LM: Esta ideia já vem dos mandatos anteriores, já é a terceira caderneta que fazemos. Vamos fazendo de 2 em 2 anos ou de 3 em 3 porque os atletas gostam e é uma forma de se recordarem das equipas. Este ano ainda íamos pôr a caderneta à venda quando a época acabou repentinamente, pelas razões que sabemos, por isso estamos a ver como iremos fazer e a vender aos poucos. Ainda são quase 500 cromos!
NM: Como se estão a pensar o reinício dos treinos? Quais os planos para a próxima época? Se os há, claro.
LM: Não há ainda, até porque ninguém nos sabe dizer como e quando irá recomeçar. Penso que, e isto é uma opinião pessoal, se vai observar agora os jogos da Primeira Liga e que, se correr bem, vai dar para perceber um pouco o que poderá vir a acontecer e como será o arranque. O ideal seria que durante o próximo mês já houvessem condições e medidas estudadas para todos conseguirmos arrancar porque ter os clubes parados é mau.