Amir Nasr-Azadani, defesa iraniano de 26 anos, fez toda a carreira no país onde nasceu, tendo representado vários clubes, incluindo o Tractor, histórico emblema do campeonato iraniano, que já teve como treinador, por três ocasiões diferentes, o português Toni. Agora, foi condenado à morte por defender os direitos das mulheres.
Para além da sua profissão como futebolista, Amir foi um dos milhares de iranianos que saíram às ruas do Irão para pedir mais liberdade e respeito pelos direitos das mulheres, aquando da morte de Mahsa Amini, jovem curda (grupo étnico do Médio Oriente) de 21 anos acusada de não usar o hijab da forma correta.
Amir apareceu no início da semana numa lista de 28 pessoas condenadas à execução, divulgada pelo portal IranWire. Horas depois, a FIFPro (sindicato internacional de jogadores profissionais de futebol), deixou nas redes sociais uma mensagem de lamento pela situação de Nasr-Azadani.
“A FIFPro está chocada e enojada com as notícias de que o jogador profissional Amir Nasr-Azadani enfrenta a execução no Irão depois de fazer campanha pelos direitos das mulheres e pelas liberdades básicas no país”, pode ler-se na declaração do sindicato. A FIFPro ainda “solidariza com Amir”, exigindo “o imediato cancelamento da sua punição”.
Teerão, capital do Irão, já terá executado duas pessoas desde que começaram os protestos nas ruas do país e a Amnistia Internacional confirmou que as autoridades iranianas já condenaram à morte pelo menos 21 pessoas em “julgamentos de fachada feitos para intimidar aqueles que participam nas manifestações populares”.