Empresa está a “desenvolver soluções adequadas para a necessária redução da força laboral e a avaliar alternativas de utilização para o complexo”.
A Galp vai concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e encerrar a atividade de refinação em Matosinhos a partir do próximo ano, anunciou a empresa esta segunda-feira, 21 de dezembro.
Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Galp refere que “continuará a abastecer o mercado regional mantendo a operação das principais instalações de importação, armazenamento e expedição de produtos existentes em Matosinhos”, e que está a “desenvolver soluções adequadas para a necessária redução da força laboral e a avaliar alternativas de utilização para o complexo”.
A empresa afirma que as “alterações estruturais dos padrões de consumo de produtos petrolíferos motivados pelo contexto regulatório e pelo contexto covid-19 originaram um impacto significativo nas atividades industriais de ‘downstreaming’ da Galp”, e resalva que “o aprovisionamento e a distribuição de combustíveis no país não serão impactados por esta decisão”.
Esta reconfiguração “permitirá uma redução de mais de 90 milhões de euros por ano em custo fixos e investimentos”, explica a nota.
É também “uma decisão que, nas últimas décadas, havia sido equacionada em algumas ocasiões”, recorda a Galp, “mas que nem por isso surge com menor tristeza, e que se torna ainda mais difícil pelo tempo e pela realidade que vivemos”.
A Galp refere aos colaboradores que “durante o ano que agora termina assistiu-se a uma consolidação clara de um contexto favorável à transição energética, que contribuiu para acelerar a migração da procura de combustíveis fósseis para soluções de energia de menor intensidade carbónica”, relembrando ainda “as prioridades da atual Comissão Europeia refletidas nas exigentes metas de descarbonização para 2030 e de neutralidade carbónica para 2050”.
No passado dia 11, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente (Site-Norte) tinha alertado para a “incerteza” quanto ao futuro da refinaria de Matosinhos, onde a produção de combustíveis está suspensa “indeterminadamente” e a monobóia desativada.