Cláudio Rebelo, especialista em ginecologia, sublinha a importância de tratar a secura vaginal, um dos sintomas mais comuns da menopausa, alertando para os riscos que podem culminar em complicações graves, incluindo infeções que podem ser fatais em mulheres mais idosas.
Em antecipação ao Dia Mundial da Menopausa, o Dr. Cláudio Rebelo, presidente da Secção de Menopausa da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, lançou um alerta sobre a síndrome geniturinária da menopausa, uma condição que afeta 83% das mulheres na pós-menopausa. Caracterizada por secura, irritação e perda de elasticidade na região vulvovaginal, esta condição é frequentemente negligenciada, apesar de causar desconforto em 65% das mulheres e afetar a vida sexual de 72%.
Segundo o especialista, a síndrome geniturinária resulta da diminuição de estrogénios, levando à perda de lubrificação natural e à fragilidade dos tecidos, aumentando o risco de infeções urinárias e vaginais. Cláudio Rebelo alerta que, sem tratamento, esta condição pode evoluir para situações graves, como uro-sépsis, especialmente em mulheres mais idosas e fragilizadas, e frisa que “esta síndrome pode matar” quando não diagnosticada e tratada a tempo.
O diagnóstico é realizado através de exame físico, e o tratamento recomendado envolve, além de um estilo de vida saudável, a terapia hormonal, considerada a primeira linha para mulheres com sintomas de atrofia urogenital. No entanto, para as mulheres que não podem ou não querem recorrer a hormonas, o ácido hialurónico surge como uma alternativa eficaz e segura para a hidratação vaginal.
O médico ginecologista destaca ainda que o ácido hialurónico tem sido utilizado com sucesso para tratar outras situações, como no pós-parto ou após biópsias vulvares, sendo uma solução não só para mulheres na menopausa, mas também em outras fases da vida que requerem cuidados específicos de hidratação.