O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), terá 244 milhões de euros disponíveis para investir na cultura do país, mas a Área Metropolitana de Lisboa (AML), vai captar 114 milhões de euros, enquanto a Região Norte tem menos de 10 milhões de euros disponíveis. Significa isto que a área de Lisboa concentra mais do triplo do valor que está disponível para o resto do país.
Por decisão do Governo, Lisboa terá assim um investimento de 114.240.500 milhões de euros e o resto do país de apenas 33.690.000 milhões de euros, que se divide pela Região Centro (19.655.000 milhões de euros), Região Norte (9.849.500 milhões de euros), Alentejo (2.965.500 euros) e Algarve (1.221.000 milhões de euros).
Dos edifícios que vão ser intervencionados, foram considerados apenas os que estão sobre a gestão do Governo, ignorando todos os edifícios de gestão municipal e privados. De um total de 49 edifícios, museus, monumentos, sítios arqueológicos e teatros que vão receber verbas do PRR, quase metade estão localizados na Área Metropolitana de Lisboa. Entre esses edifícios, estão alguns dos museus que menos visitantes receberam no ano de 2019 como, por exemplo, o Museu de Etnologia (não chegou aos 11.000 visitantes), o Museu de Arte Popular (não foi além dos 15.000 visitantes) ou o Museu Nacional da Música (visitado por apenas 17.000 pessoas em 2019).
O Grande Porto terá apenas um Museu onde será feito qualquer tipo de requalificação ou modernização através do investimento por via do PRR, que será o Museu Soares dos Reis.
De fora deste avultado investimento para a cultura, ficam, por exemplo, espaços históricos como o Castelo de Bragança, o Museu da Imagem e a Casa dos Crivos, ambos na cidade de Braga, edifícios que necessitam de obras de requalificação mas que, por serem de Gestão Municipal, não entram nestas contas.
O PRR é um instrumento estratégico de política pública nacional, que resulta de uma resposta, a nível europeu, aos impactos da pandemia originada pelo vírus da COVID-19, que terá como objetivo acelerar a recuperação económica face aos danos controversos causados nestes últimos dois anos, ao mesmo tempo que promove reformas e investimentos estruturais que visam aumentar a competitividade da economia e a sua resiliência perante futuros choques externos.