O Governo de António Costa está prestes a transferir a última tranche de dinheiro para a TAP, de acordo com o acordo de reestruturação da companhia aérea aprovado pela Comissão Europeia e inscrito no Orçamento do Estado de 2022. Isso significa que o estado deve injetar mais 990 milhões de euros na companhia aérea, até o final desta semana, de acordo com informações avançadas pelo Porto Canal.
O apoio total para a TAP, nas palavras da vice-presidente executiva da Comissão Europeia com a pasta da Concorrência, Margrethe Vestager, é uma transferência a “fundo perdido” e não um empréstimo, no valor de 3,2 mil milhões de euros para reestruturação da empresa e compensação pelos efeitos da pandemia de COVID-19.
Em agosto de 2022, foi anunciado que no primeiro semestre de 2023, a TAP planeia ir ao mercado para refinanciar cerca de 700 milhões de euros de duas emissões de dívida que vencem no próximo ano e em 2024, de acordo com o plano acordado com a Comissão Europeia. Além disso, a empresa também equacionava o impacto negativo da valorização do dólar no custo da dívida, já que cerca de dois terços da dívida da TAP estão em dólares americanos.
Apesar da melhoria significativa no resultado financeiro da TAP nos primeiros seis meses deste ano, comparativamente ao mesmo período em 2021, a empresa ainda apresentou um prejuízo de 202,1 milhões de euros.
Em julho de 2020, o governo socialista anunciou a compra, por 55 milhões, da posição dos acionistas privados na TAP, ficando com 72,5% dos direitos de voto e económicos. Até então, o Estado tinha 50% dos direitos de voto, mas apenas 5% dos económicos, resultado de uma reversão, em 2016, da privatização da empresa.