O novo presidente da concelhia da Maia do Partido Socialista venceu com uma diferença de 20 votos.
A lista A, encabeçada por Paulo Rocha, registou 164 votos enquanto que a lista B, de Andrade Ferreira, ficou-se pelos 144. O vencedor, através das redes sociais, agradeceu “a todos os militantes que exerceram o seu direito de voto nas Eleições para a Concelhia”, considerando que se tratou de “um grande momento de participação cívica e democrática”. O novo líder dos socialistas da Maia afirmou ainda que a sua equipa está pronta “para o trabalho que temos pela frente” e reafirmou que conta com todos para atingir “o sucesso que todos desejamos – vencer a Maia”.
Paulo Rocha foi o mais votado na Maia, Barca, Gueifães, Milheirós e Águas Santas, enquanto que Andrade Ferreira venceu apenas em Pedras Rubras. Soraia Teixeira, que fazia parte do secretariado da secção da Maia, da Comissão Política Concelhia e do Departamento Federativo das Mulheres Socialistas foi eleita secretária coordenadora do PS Maia. A fisioterapeuta de 36 anos pertence à Comissão Política Distrital do PS. Angélica Lima foi a escolhida para Presidente da estrutura concelhia das MS-ID, Mulheres Socialistas – Igualdade e Direitos.
As eleições decorreram na tarde do dia 1 de fevereiro.
A nova Comissão Política Concelhia é constituída por Paulo Sérgio Fernandes Rocha (Presidente da Comissão Política Concelhia da Maia), Carla Susana Ferreira Dias, Mário José Gomes Gouveia, Fernando Miguel Ferreira dos Santos, Isabel Alexandra Silva Barbosa, Miguel Ângelo Santos Esteves Rodrigues, Edgar Pinheiro Castro Rocha, Paula Cristina Guimarães Duarte, Marco José Duarte Martins, João Pedro Guimarães Pinto, Maria Luísa Dias Barreto, Pedro Miguel Oliveira Soares, José Manuel Santos Correia, Paula Alexandra Correia Soares, Filipe Augusto Guimarães Gonçalves Silva, João José Magalhães Torres, José António Andrade Ferreira, Sandra Raquel Vasconcelos Lameiras, António Manuel Leite Ramalho, Cristiana Maria Monteiro Carvalho, Jorge Luís Ferreira Catarino, Maria João Neno Escobar, Vitor Daniel Martins Mota, Maria Manuela Ferreira Oliveira, Manuel Joaquim Meireles, Maria Manuel Silva Ramos, António Martins de Carvalho, Angélica Natália Lima Canelas, Gabriel José Silva Almeida, Marta Alexandra Almeida Gonçalves e Miguel Fernando Teixeira Silva.
Na sequência do ato eleitoral, o Notícias Maia esteve à conversa com Paulo Rocha.
Notícias Maia (NM): Quem é Paulo Rocha, o novo líder do PS Maia?
Paulo Rocha (PR): Um militante de base, com militância ativa, que tem estado disponível para ajudar o PS quer ao nível interno, quer ao nível autárquico e que há dois anos decidiu avançar com uma candidatura ao PS Maia dando voz a um conjunto de militantes que entenderam que o partido tinha perdido autonomia estratégica e que era fundamental, esta, ser resgatada. Um militante que não se conformou com o rumo que o partido prosseguiu nestes últimos dois anos e que, promovendo consensos e trabalhando com um conjunto alargado de pessoas que partilhavam desta visão, se candidatou com uma equipa e com um projeto que tem como objetivos centrais Valorizar o PS e Vencer a Maia. Os militantes do PS decidiram, desta vez, dar-me a sua confiança e acreditar na minha equipa e no meu projeto e aqui estou eu como militante de base pronto para, em conjunto com a minha equipa, agarrar este desafio.
NM: O mandato que agora vai iniciar inclui eleições autárquicas. Qual a importância deste sufrágio?
PR: A nossa candidatura apresentou-se aos militantes socialistas com o lema “Valorizar o PS, Vencer a Maia”, deixando bem claro que a vitória nas Eleições Autárquicas é um dos eixos estruturantes do projeto desta nova direção do PS Maia. Acreditamos que o PS Maia tem condições para assumir a responsabilidade de governar a Maia. A Maia precisa de uma mudança de ideias, de protagonistas e sobretudo de estratégia. É por esse motivo que decidimos não apresentar um projeto político para 4 anos, mas sim projetar a Maia para os próximos 10 anos. Vamos apresentar um projeto sustentável, com uma visão a longo prazo e que se centre nas questões do desenvolvimento sustentável e das cidades inteligentes. Será um projeto em contraponto com a visão da atual liderança da Câmara Municipal. Uma liderança que consideramos estar cansada, sem foco e sem uma ideia estruturante para o concelho. Portanto, as Eleições Autárquicas serão para ganhar.
NM: “Valorizar o PS, Vencer a Maia”. O seu slogan de candidatura indica que o PS pode apresentar uma candidatura sem parceiros de coligação?
PR: O nosso projeto tem uma visão bem clara sobre esse tema. Um dos pressupostos da candidatura que apresentei ao PS Maia foi o da defesa de uma candidatura forte e abrangente, que afirme o PS como a principal referência do projeto. Quando refiro a principal referência falo quer em termos de princípios, ideais e propostas, por forma a ser assegurada a matriz identitária do PS, quer em termos de protagonistas, defendendo uma participação maioritária de pessoas ligadas ao PS nas respetivas listas aos diferentes órgãos autárquicos. Mas, sublinho, que este pressuposto se afirma, sem prejuízo, de uma abertura do PS ao exterior, com independentes ou outras forças políticas que acrescentem valor e que se revejam num projeto progressista e de afirmação de valores humanistas e com uma visão convergente sobre matérias essenciais para o desenvolvimento da Maia. No entanto, qualquer acordo abrangente, que inclua outras forças políticas, deverá ser sempre construído tendo como base a representação proporcional aos resultados eleitorais dessas forças políticas e merecer uma ampla aprovação nas bases do PS.
NM: Haverá mudanças na maneira de fazer política com esta nova liderança?
PR: Claro que sim. Se assim não fosse a candidatura que apresentei não faria sentido. Uma das grandes mudanças vai passar pela forma como o PS vai interagir, quer com os seus militantes e simpatizantes, quer com os maiatos. Em primeiro lugar queremos e vamos devolver o debate político ao PS Maia. O PS Maia necessita de fazer uma discussão abrangente sobre a estratégia política do partido e sobre os moldes de apresentação do seu projeto autárquico e essa discussão tem de envolver todas as bases do partido. Do ponto de vista externo a mudança vai passar por uma maior proximidade. Os focos da nossa ação para este período serão conhecer e influenciar. Conhecer todas as questões que preocupam os maiatos e as forças vivas do concelho, pelo que nos centraremos no contacto direto e de proximidade. Para que a nossa ação seja eficaz teremos de saber influenciar os maiatos, demonstrando as vantagens do nosso projeto, e isso só poderá ser feito levando junto dos maiatos as nossas ideias e propostas, para afirmarmos a nossa diferença face à falta de projeto do PSD para a Maia. Considero que até ao momento conseguiu-se demonstrar que a atual liderança do PSD na Maia está cansada, os longos anos no poder criaram vícios e falta de transparência e isso prejudicou os maiatos. Agora, chegou o momento de mostrar que há um projeto alternativo, que há ideias inovadoras e que a Maia precisa dessa alternativa; e é esse o trabalho que temos pela frente e a mudança que temos de fazer.
NM: Nesta eleição venceu a continuação ou venceu a mudança?
PR: Sem dúvida a mudança. E os militantes do PS reconheceram que havia essa necessidade. O partido estava a caminhar no sentido contrário daquele que hoje é pedido. Em vez do diálogo e da partilha, as decisões eram tomadas em grupos fechados e restritos, impedindo a participação de todos. Com este novo projeto todos saberão que têm vez e voz. As decisões têm de ser partilhadas, mas acima de tudo, compreendidas por todos para que qualquer projeto que avance tenha, em primeiro lugar, o apoio das bases do PS. Só assim poderemos ter uma aceitação exterior consolidada. Com esta nova direção o diálogo, o debate e a partilha serão essenciais não só do ponto de vista interno, mas também ao nível autárquico. O PS tem de colocar os seus autarcas a partilhar mais a sua ação, a agirem mais em rede e a aproveitarem sinergias, sendo isso também extensível a outros partidos, nomeadamente os de esquerda, para que se estabeleçam pontes de entendimento em determinadas matérias e se possam ter ações e propostas conjuntas, por forma a fortalecer essas mesmas propostas e torná-las mais representativas. Quero um PS dialogante.
NM: Quais serão as principais bandeiras do PS Maia?
PR: Como já referi um dos nossos objetivos é Vencer a Maia, apresentando um projeto estruturado que pense a Maia a 10 anos – Maia 2030. Este projeto centrar-se-á nas questões do desenvolvimento sustentável e das cidades inteligentes. No projeto do PS para a Maia as pessoas estarão no centro da definição do conceito de concelho, que deverá estar alicerçado numa sociedade de sustentabilidade e de conhecimento, projetando uma Maia com uma maior qualidade de vida, com uma economia global competitiva e uma governação eficiente e acima de tudo transparente. Estes serão os vetores principais do nosso projeto. Queremos um concelho mais sustentável, na linha do compromisso que todos devemos ter com o nosso planeta, um concelho que descomplique a vida das pessoas, com soluções inteligentes, partilhadas e harmonizadas com o nosso território. Neste sentido, aproveito para transmitir que vamos iniciar, desde já, o debate sobre a possível reversão do modelo de fusão das freguesias. Um concelho harmonizado com o nosso território passa por conhecermos e identificarmos claramente aquilo que as pessoas necessitam e essa adaptação não pode ser feita corretamente sem que os serviços de proximidade funcionem e estejam ao serviço das pessoas de uma forma eficiente. As questões da mobilidade serão centrais num concelho que se quer sustentável e inteligente. Atualmente a Maia tem défices enormes a este nível e não existe no concelho uma visão de mobilidade, que esteja em linha com o cada veja maior objetivo de sustentabilidade. Bem pelo contrário, temos assistido na Maia ao desincentivo de alguma mobilidade sustentável e isso deve-se a um executivo cansado e esgotado, que não é capaz de pensar uma Maia de futuro. Em síntese, vamos lutar por um concelho com soluções inteligentes para cidadãos inteligentes, querendo fazer da Maia um território de referência.