O Ministério Público emitiu uma acusação contra oito indivíduos por crimes de burla qualificada, acesso indevido agravado, branqueamento e falsidade informática. A acusação do Ministério Público, datada de 17 de outubro, imputa a seis dos arguidos a execução conjunta e individual de esquemas fraudulentos que lesaram sessenta titulares de cartões de crédito da empresa WiZink.
Em nota publicada esta segunda-feira, dia 6 de novembro, a Procuradoria Geral Distrital do Porto revela que os acusados, fingindo ser funcionários da WiZink, ludibriaram as vítimas alegando prevenir transações fraudulentas e conseguiram os códigos dos cartões, que na realidade utilizavam para operações financeiras ilegítimas. Utilizavam contas Revolut para transferir os montantes adquiridos ilicitamente e, de seguida, movimentavam o dinheiro para contas Betclic e posteriormente para as suas contas bancárias ou de terceiros.
Foi também relatado que um dos arguidos, beneficiando-se da sua posição profissional no setor comercial das comunicações, forneceu listas com dados pessoais que facilitaram a execução dos crimes. Estas listas continham os nomes completos dos cidadãos, os NIFs e os números de telemóvel associados.
O prejuízo causado às vítimas ascende a mais de 204 mil euros, enquanto os arguidos auferiram lucros e prémios totalizando aproximadamente 942 mil euros. O Ministério Público pediu que o valor integral obtido com os crimes, superior a um milhão de euros, reverta a favor do Estado.
Entre as medidas de coação aplicadas, um arguido permanece em prisão preventiva, e outro cumpre pena por outro crime.