Há uma nova taxa nas faturas da luz, criada para pagar o gás natural utilizado na produção de eletricidade. A DECO afirma que, ainda assim, os consumidores são beneficiados porque, sem o mecanismo, os aumentos seriam bem maiores.
O novo “Ajuste MIBEL” estará presente em todas as faturas da luz, à medida que se renovem os contratos ou cada vez que se concretize um novo. Este pagamento serve para cobrir os custos, gerados pela utilização de gás natural na produção de eletricidade.
Esta nova taxa vai aumentar ainda mais a carga fiscal do consumidor e a seca, que atualmente se vive, fez aumentar ainda mais a dependência de gás natural enquanto fonte de produção de energia elétrica.
Gás natural representou 26,5% da produção em dezembro de 2021
De acordo com a ADENE – Agência para a Energia, em dezembro de 2021 73,0% da produção de energia elétrica em Portugal teve origem em fontes renováveis, sendo este o terceiro maior valor do ano, apenas superado pelos meses de fevereiro (88,6%) e março (78,4%).
A energia eólica representou 42,7% do total da energia elétrica produzida, valor mais alto registado no ano de 2021. A energia hídrica representou 21,5%, a biomassa 6,5% e o solar fotovoltaico 2,3% (o segundo valor mais baixo do ano).
A produção de energia elétrica por fontes não renováveis representou 27% do total da eletricidade produzida: 26,5% por via das centrais térmicas a gás natural (centrais de ciclo combinado a gás natural de Lares, Pego, Ribatejo e Tapada do Outeiro) e 0,5% pela restante térmica não renovável.
O mês de dezembro de 2021 foi ainda o primeiro mês desde 1985 (quando a central de Sines entrou em funcionamento) que o país não queimou qualquer carvão para produzir eletricidade.
Algo que já não acontecia há 36 anos e que foi possível devido ao encerramento, no final do mês de novembro de 2021, da central termoelétrica do Pego, a última ainda a trabalhar a carvão no país, aumentando ainda mais a dependência do gás natural.