No dia 6 de fevereiro assinala-se o dia internacional da tolerância zero à mutilação genital feminina. As Nações Unidas e a Organização Mundial de Saúde alertam para as milhões de raparigas ainda em risco.
A Mutilação Genital Feminina (MGF) consiste na remoção parcial ou total da genitália externa da mulher, por razões não médicas e constitui uma grave violação dos direitos humanos. Neste dia 6 de fevereiro, quando é assinalado o Dia Internacional da Tolerância Zero Contra a Mutilação Genital Feminina, há ainda milhões de meninas em risco de sofrer esta mutilação.
Em Portugal, a Mutilação Genital Feminina é crime autónomo desde 2015 e é punível com prisão de dois a dez anos. Apesar do caráter violento, esta prática ainda está presente em diversos países e culturas realizando-se geralmente quando as vítimas são ainda crianças ou jovens. Esta mutilação é feita, normalmente, por vontade da família e do grupo social onde vivem ou de onde são originárias.
Milhões de meninas em risco
Segundo as Nações Unidas e a Organização Mundial de Saúde, há cerca de quatro milhões de meninas em risco de sofrer mutilação genital. As duas organizações explicam que esta é uma prática com graves “consequências físicas, psicológicas e sociais de longo prazo” e que o número de crianças em risco pode ultrapassar os 60 milhões até 2030.
A mutilação genital é ainda praticada em muitos países e estima-se que 200 milhões de mulheres ainda sofrem com o trauma do procedimento. As organizações reforçaram “o compromisso da comunidade internacional para os objetivos de desenvolvimento sustentável até 2030” de terminar com estes “atos de violência” contra mulheres e raparigas.