A IL expulsou Tiago Mayan Gonçalves do partido, na sequência de um processo disciplinar motivado pela falsificação de assinaturas numa ata do Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense. O ex-presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde já tinha admitido o erro e demitido-se do cargo, mas pretendia continuar como membro de base.
A comissão julgadora do Conselho de Jurisdição da Iniciativa Liberal (IL) concluiu o processo disciplinar de Tiago Mayan Gonçalves e deliberou a sua expulsão, segundo uma nota divulgada pelo partido esta quarta-feira, dia 5 de fevereiro.
A decisão surge na sequência da admissão, por parte de Mayan, de que falsificou assinaturas do júri do Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense, quando exercia funções como presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde. O caso remonta a setembro de 2024, quando foi elaborada uma ata de reunião do júri que não foi assinada pelos membros efetivos, mas sim por Mayan, que assumiu a responsabilidade do ato.
“Essa ata não foi elaborada pelo júri, nem tão pouco assinada pelos mesmos, tratando-se de um documento falso com assinaturas apostas por outra pessoa”, refere o documento da reunião entre o júri e o executivo da junta, realizado em novembro. Quando confrontado, Tiago Mayan Gonçalves admitiu que elaborou o documento e colocou as assinaturas, alegando que o fez para evitar ultrapassar prazos, mas garantindo que não se apropriou de fundos.
Na sequência do escândalo, o presidente da IL, Rui Rocha, anunciou a abertura de um processo disciplinar e defendeu que a decisão do Conselho de Jurisdição deveria ser “exemplar, expedita e justa”. O processo culminou agora na expulsão do ex-candidato presidencial do partido.
Tiago Mayan Gonçalves apresentou a sua demissão da presidência da junta em novembro e retirou a sua candidatura à liderança da IL, que tinha formalizado em julho à frente do movimento “Unidos pelo Liberalismo”. Foi substituído por Rui Malheiro, que concorreu contra Rui Rocha na IX Convenção Nacional da IL, mas acabou por ser derrotado, obtendo apenas 26,6% dos votos.
O advogado e político portuense ganhou notoriedade ao ser candidato nas eleições presidenciais de 2021, nas quais obteve 3,22% dos votos. Mais tarde, em setembro de 2021, foi eleito presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde com 36,92% dos votos, pelo movimento independente “Rui Moreira: Aqui Há Porto”, apoiado pela IL, CDS, Nós Cidadãos e MAIS.