Se a Educação é futuro, o início do ano letivo é a antecâmera do futuro.
Como na Maia bem sabemos, é na preparação de mais uma “época” que está o segredo do sucesso. O sucesso de quem tem as responsabilidades políticas e pedagógicas do ano letivo, mas sobretudo o sucesso de quem mais beneficia dessa preparação: os alunos e as suas famílias.
Nitidamente, o governo não sabe o sentido da palavra “preparação”, tal como desconhece a importância do início do ano. O Ministro da Educação parece reger-se pela regra do “Não”:
– Não deu às escolas o número de auxiliares essencial para o bom funcionamento. Relembro que estes profissionais são importantes também para garantir a segurança das nossas crianças e jovens.
– Não evitou que este fosse o ano com mais greves de professores desde o governo Sócrates. Dez sindicatos entregaram na passada semana um pré-aviso de greve para outubro. Mas a austeridade não tinha acabado? Não estamos no tempo de “dar”? Como é que as reivindicações dos professores ficam na gaveta?
– Não cumpre as leis e portarias que ele mesmo cria, como o caso do reposicionamento dos docentes que continuam no 1.º escalão da docência, muitos deles com mais de duas décadas de trabalho.
– Não consegue travar o desinvestimento do Primeiro-Ministro também na Educação (a que dá o pomposo nome de “cativações”)
– Não dá respostas nem recursos para a educação inclusiva.
– Não sabe respeitar os alunos do ensino profissional: obrigou os diretores das escolas a suportar as despesas dos cursos que arrancaram e estes têm de assumir o risco de os suspender a todo o momento por falta de resposta financeira do Ministério.
Mas nem tudo é “Não” na Educação. Há muito “Sim” no concelho da Maia, porque para a Câmara Municipal uma comunidade que não investe na educação, perde o sentido de futuro.
– Sim à preparação atempada do ano letivo, com a participação de toda a comunidade num documento base a que chamamos Masterplan, apresentado e discutido no Conselho Municipal da Educação e na III Cimeira da Educação da Maia.
– Sim à união de esforços para uma melhor e mais qualificada política educativa, na medida em que queremos de forma rigorosa e transparente colaborar com os agentes educativos no respeito pelas suas competências e autonomia, mas sem perder de vista o que nos une e mobiliza. Esta é a nossa marca, fazendo jus ao provérbio “é preciso toda uma aldeia para educar uma criança”.
– Sim à implementação de um conjunto de projetos inovadores, que nos posicionam em lugares de excelência, quer no que diz respeito à inovação tecnológica, quer no domínio das ciências experimentais e das línguas.
– Sim à inclusão e à equidade, garantindo o sucesso a todos, sem limitar a excelência de cada um, como princípio orientador. Temos de conseguir proporcionar a todas as crianças e jovens as oportunidades para que sejam bem-sucedidos nos seus trajetos escolares e simultaneamente criar as condições para que possam emergir os talentos, os que se distinguem pelo seu mérito, pela sua capacidade de trabalho ou pela sua disponibilidade em tornar melhores os seus próximos.
– Sim à requalificação e modernização das escolas, desde o pré-escolar ao ensino secundário, para que os alunos se sintam mais motivados a aprender e os professores mais motivados a ensinar. Queremos ter as melhores escolas, para que mais tarde possamos ser melhores pessoas, cidadãos responsáveis e participativos, profissionais competentes e realizados.
Queremos viver o presente com esse sentido de futuro porque esse é o maior legado que poderemos transmitir às novas gerações.
Queremos partilhar com todos esse desígnio e essa ambição.
Queremos uma comunidade forte e coesa que torne fortes e solidários os seus vindouros.
Nada disto que fazemos na Maia é difícil. Na abertura do ano escola, há uma linha ténue que separa o “Não” do “Sim”: chama-se preparação!
Emília Santos
Vereadora do Pelouro da Educação e Ciência
Câmara Municipal da Maia