Susana Junqueira Neto foi distinguida com o Prémio de Melhor Comunicação Oral no XXVIII Congresso de Pneumologia do Norte 2021/XXXIV Jornadas Galaico-Durienses.
A investigadora maiata, Susana Junqueira Neto, atualmente também estudante de doutoramento da FMUP, foi distinguida com o Prémio de Melhor Comunicação Oral no XXVIII Congresso de Pneumologia do Norte 2021/XXXIV Jornadas Galaico-Durienses, que decorreu nos dias 8 e 9 de outubro, no Porto.
A Comunicação Oral apresentada tinha como título “Transferência horizontal de resistência à terapia anti-EGFR entre células de cancro do pulmão”.
Citada no Portal de Notícias da FMUP, a também investigadora do i3S, explica que “este prémio representa um grande reconhecimento da investigação que tenho desenvolvido na área da oncologia. Esta distinção constitui um importante fator de motivação para concluir o meu doutoramento e representa uma oportunidade fantástica para divulgar o meu trabalho a nível internacional”.
O mesmo portal diz ainda que “como explica Susana Junqueira Neto, cerca de metade dos doentes com cancro do pulmão tratados com terapia anti-EGFR progridem devido a uma mutação designada por EGFR T790M. No entanto, dados clínicos mostram que apenas uma parte das células tumorais que adquirem resistência contém esta mutação, sugerindo que transmissão vertical (mitose e seleção) não é suficiente para explicar a resistência generalizada à terapia”.
Assim, o objetivo deste trabalho foi perceber se a resistência à terapia anti-EGFR poderia ser explicada através de outro mecanismo. “Os nossos resultados sugerem que a resistência à terapia induzida por aquela mutação pode transmitir-se horizontalmente entre as células de cancro do pulmão, resultando na alteração do padrão transcricional das células que não possuem a mutação”, indica.
De acordo com a estudante de doutoramento da FMUP, estes resultados vêm colocar em causa a ideia de que a resistência a terapias dirigidas depende apenas da seleção de células tumorais com uma mutação específica.
“Estes resultados também abrem a porta à utilização da comunicação intercelular e do tráfego intracelular como potenciais alvos terapêuticos”, conclui a estudante vencedora, que conquistou o direito à presença no Congresso Europeu da ERS de 2022 (European Respiratory Society International Congress).
O trabalho teve ainda como autores Ana Rita Oliveira, Joana Fernandes Marques, Gabriela Fernandes, Venceslau Hespanhol, Conceição Souto-Moura, Sónia Almeida Melo, José Luís Costa e José Carlos Machado.