Com as novas tabelas de retenção do IRS, quem ganha 800 euros brutos por mês vai ficar com 649 euros líquidos, “menos do que quem ganha o ordenado mínimo”.
“Estas tabelas de retenção são deliciosas. Quem ganha 762 euros por mês vai levar 678,18 euros. Quem ganha 850 euros leva 690,2 euros. Mas pior: quem ganha 800 euros vai levar 649,6 euros. Vai levar menos do que quem ganha o ordenado mínimo. Isto só pode ser anedota”, destaca-se num tweet do dia 6 de janeiro, remetido ao Polígrafo com pedido de fact-checking (verificação de factos).
O comentário na rede social Twitter rege-se pelas novas tabelas de retenção do Imposto sobre o IRS, publicadas no Despacho n.º 14043-A/2022 (de 5 de dezembro), referentes ao ano de 2023. Entre outras coisas, as novas tabelas incluem a “atualização do limite de isenção de retenção na fonte para 762 euros mensais, por via da aplicação do Mínimo de Existência, bem como atualizações nos limites e taxas de retenção”, em vigor até 30 de junho deste ano.
Com a introdução das novas tabelas, para um trabalhador dependente, não casado, que aufira até 762 euros brutos mensais, não há retenção na fonte de IRS. No caso de o trabalhador auferir entre 762 e 766 euros e não tiver dependentes, então passa a pagar uma taxa de 2,5% em sede de IRS. Se o salário for superior a 766 euros e inferior a 787 euros, o trabalhador sem filhos paga 4,9%. Acima desse montante e até aos 851 euros, o trabalhador passa a pagar 7,8%.
É nesta altura que entra o comentário feito através da rede social Twitter, feito por alguém que recebe 800 euros por mês e que leva para casa, alegadamente, 649,6 euros, menos do que quem aufere o salário mínimo nacional (760 euros).
Quanto às obrigações do trabalhador, é necessário ter em conta as contribuições de 11% para a Segurança Social (transversais a todos os salários) e ainda o IRS. Por sua vez, o IRS depende do montante salarial, do estado civil ou até mesmo do número de filhos do trabalhador dependente, conforme confirmou o Polígrafo.
Em relação ao caso exposto na rede social, referente a um salário bruto de 800 euros mensais, o mesmo trabalhador não casado e sem filhos, segundo as novas tabelas de retenção, terá que entregar 7,8% ao Estado, ou seja, 62,4 euros. Contudo, a percentagem pode variar consoante a situação do trabalhador, ainda que os 7,8% sejam a taxa mais alta a pagar sobre o salário.
O aumento do número de filhos, um casamento ou ainda uma situação de deficiência, podem alterar significativamente as percentagens de retenção. Por exemplo, se tiver um filho paga 4,4%, se tiver dois filhos paga 0,9%. Se tiver mais do que dois filhos, fica mesmo isento.
Ainda no decorrer da análise feita pelo Polígrafo, para além do montante salarial que fica retido no IRS, é necessário também acrescentar os 11% que são deduzidos para a Segurança Social, que nem sequer chegam à mão do trabalhador. No caso do trabalhador receber 800 euros (caso em questão), para além dos 62,4 euros que terão de ser entregues ao estado (caso o trabalhador não seja casado nem tenha filhos), juntam-se mais 88 euros. No total, o trabalhador entrega cerca de 150,4 euros ao Estado.
Ou seja, o trabalhador que aufere 800 euros, não seja casado e não tenha filhos, após descontar 150, 4 euros do seu salário para IRS e Segurança Social, fica apenas com 649,6 euros de salário líquido, menos do que um trabalhador que aufira o salário mínimo nacional ou até 762 euros.
3 comentários
O que eu entendi ė que apesar de serem já pobres ,ainda querem desgraçar mais os Portugueses, estamos na maior ditadura de sempre e ninguém faz nada . O melhor conselho ė imigrar pro estrangeiro e deixar os políticos em Portugal sozinhos.
E so ladroes prabalhamos para esses jolos de merda
Até agora e só tirar aos que trabalhem para sustentar as rendas estão caras o mercado está caro a medicina está cara trabalhamos como negros para o governo tirar e dar a quem não quer trabalhar por isso e que Portugal está no fundo do poço por isso e que muitos deixai o seu trabalho para imigrar ainda falem mal de quem trabalha mas os políticos porque não troquem de lugar trabalhão como nós para ganharem o que nós ganhamos para saberem o que e o ordenado mínimo e o que custa ganhar