Investigadores do ISMAI integram equipa do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto que quer entender o impacto da covid-19 em mulheres vítimas de violência de género no Porto.
Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), em conjunto com diferentes instituições, vão estudar o impacto da pandemia na violência de género. O estudo arranca em agosto, será feito com mulheres do Porto e o objetivo é criar ferramentas de intervenção para os contextos de crise.
Além de investigadores do ISPUP, a equipa integra membros da Universidade de Vigo, da Universidade Rey Juan Carlos, do Instituto Universitário da Maia (ISMAI) e da Escola Nacional de Saúde Pública/FIOCRUZ. O financiamento é de 27 149 euros. Esta é uma das 16 investigações apoiadas pelo programa “GENDER RESEARCH 4 COVID-19” da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
Em declarações à Lusa, José Caldas, investigador do ISPUP, explicou que o estudo surge depois de Portugal, durante o período em que vigoraram as medidas de confinamento obrigatório, ter registado uma descida (-33%) nas participações por violência de género.
“Em Portugal, contrariamente a outros países, o número de participações baixou. Algo estranho porque em Espanha, que não é muito diferente de nós a nível social e na forma de estar e viver, e em Itália, os números aumentaram. Só Portugal é que tinha realmente baixado”, afirmou, acrescentando que os dados contrastam com a subida de 60% no número de casos na Europa.
Nesse sentido, os investigadores vão identificar e caracterizar o impacto da pandemia da covid-19 na violência de género no Porto, principalmente nas freguesias mais vulneráveis da cidade.
Paralelamente, vão ouvir as vítimas que pediram apoio social nas freguesias com mais casos de violência de género e as assistentes sociais que lá trabalham e que “são os primeiros elementos de um grande exército na luta contra a violência de género”.
“Queremos ver como foi o comportamento da população vulnerável nas freguesias do Porto. Este é um ótimo momento para trazermos a nu o que se passa na cidade”, referiu José Caldas.