No arranque do julgamento de César Boaventura, acusado de corrupção ativa, os ex-jogadores do Rio Ave, Cássio e Marcelo, testemunharam em tribunal alegando terem sido abordados com propostas de aliciamento para facilitar um jogo contra o Benfica. O terceiro jogador envolvido, Lionn, não compareceu à audiência.
Durante a sessão desta quarta-feira, dia 10 de janeiro, em Matosinhos, Cássio reafirmou que César Boaventura o tentou aliciar com 60 mil euros para influenciar o resultado de um jogo contra o Benfica, de acordo com o jornal Público. Segundo o ex-guarda-redes do Rio Ave, Boaventura teria expresso interesse na vitória do Benfica e proposto a quantia em troca de uma atuação que facilitasse esse resultado. Cássio recusou a oferta, pedindo a Boaventura para sair do seu carro.
Por outro lado, ainda de acordo com o mesmo jornal, Marcelo, outro jogador abordado, relatou ter considerado a oferta como uma “brincadeira” de Boaventura, divergindo em alguns pontos do depoimento que prestou em 2017. Na ocasião, Marcelo teria afirmado ter recusado claramente a proposta, mas no tribunal, referiu não ter sido sugerida nenhuma forma específica de influenciar o jogo.
Lionn, o terceiro jogador do Rio Ave mencionado no caso, não se apresentou no tribunal, aguardando-se o seu testemunho em futuras audiências.
O julgamento em questão aborda as suspeitas de que César Boaventura tentou aliciar jogadores do Rio Ave e do Marítimo em jogos contra o Benfica na temporada 2015-2016. Boaventura enfrenta acusações de três crimes de corrupção ativa e um de corrupção ativa na forma tentada. O Ministério Público acusa-o de oferecer “contrapartidas patrimoniais ilegítimas” aos jogadores para atuar contra os interesses das suas equipas em benefício do Benfica.