“As contínuas declarações públicas de Francisco Vieira de Carvalho representam tudo aquilo que não deve ser a política e personificam tudo aquilo que não deve ser um político”, afirma Bruno Bessa.
Bruno Bessa, presidente da Juventude Social Democrata da Maia, teceu duras críticas à coligação PS/JPP num comunicado enviado ao Notícias Maia. As palavras apontam principalmente a Francisco Vieira de Carvalho, a quem o líder da JSD da Maia acusa de faltar à verdade, de proferir acusações difamatórias e injuriosas e de aproveitamento ofensivo.
O documento, de três páginas, lembra os “ajustes diretos no valor de um milhão de euros a uma sociedade de advogados, cujo sócio é uma das figuras de relevo do partido” Juntos Pelo Povo, pelo qual Francisco Vieira de Carvalho foi candidato e “que está a ser investigado pelo Tribunal de Contas”.
Bruno Bessa refuta ainda as recentes declarações de Francisco Vieira de Carvalho, que acusa a coligação PSD/CDS de usar ” o dinheiro dos Maiatos” para pagar à imprensa e assim a manipular”, lembrando que as mesmas constituem acusações graves e ofensivas da honra dos próprios meios de comunicação social.
O presidente da JSD Maia afirma ainda que os elementos da oposição “são profissionais a comentar processos judiciais e uns autênticos amadores a fazer política”.
Leia aqui o comunicado na íntegra:
“As contínuas declarações públicas de Francisco Vieira de Carvalho representam tudo aquilo que não deve ser a política e personificam tudo aquilo que não deve ser um político.
1. Num recente comunicado publicado na rede social Facebook, Francisco Vieira de Carvalho refere que as recentes declarações do Presidente da Câmara Municipal da Maia representam um ato de “demagogia pura na tentativa de confundir a opinião pública e branquear os alegados crimes pelos quais é julgado (e que já foi condenado por 3 Tribunais)”. A verdade é que com estas declarações, o Sr. Vereador Francisco, falta com a verdade a todos os maiatos, pois não só insinua, como afirma que Silva Tiago foi condenado criminalmente por 3 tribunais, quando tal nunca aconteceu.
2. O Sr. Vereador Francisco acusa ainda o Presidente da Câmara da Maia de “imoralidade e de uma desfaçatez ignóbil”, por este afirmar estarmos perante um processo meramente administrativo e de existir uma tentativa de “instrumentalização da justiça para fins políticos”. A verdade é que, mais uma vez, o Sr. Vereador Francisco está equivocado: o que está aqui em causa e o processo em curso nas instâncias administrativas é, como o nome indica, administrativo. Aliás, a perda de mandato determinada aos autarcas está somente relacionada com a subscrição pelos autarcas da proposta dirigida à Câmara Municipal da Maia. Para além disso, a afirmação do Presidente da Câmara de estarmos perante uma tentativa de “instrumentalização da justiça para fins políticos” não deve, nem pode ser alvo de censura. A verdade é que durante este mandato os maiatos têm assistido a dois tipos de oposição: a oposição mediática, ignóbil e desprestigiante para a política e para a Maia, levada a cabo pelos Vereadores da coligação PS/JPP e encabeçada por Francisco Vieira de Carvalho e a oposição responsável e dignificante da lide política, realizada pela maioria da bancada da Assembleia Municipal desta coligação que, diga-se, muito pouco parece se identificar com estes pressupostos de fazer política.
3. No seu comunicado, o Sr. Vereador Francisco refere ainda que pretende “moralizar a política na Maia”. A verdade, mais uma vez, é que tenho de o contrariar. O Sr. Vereador não pretende moralizar coisa nenhuma, muito menos a política. É que o Sr. Vereador ao longo do presente mandato tem realizado inúmeras acusações difamatórias e até injuriosas contra muitos eleitos locais deste município – algo que para meu espanto nunca foi alvo de procedimento criminal –, pervertendo todos os princípios éticos e morais subjacentes à vida pública e política.
4. O Sr. Vereador Francisco refere ainda que «não andamos de “mão estendida”, nem aparecer nas “fotos com o poder”». No entanto, facilmente desmistificamos a confusão presente no pensamento do Sr. Vereador. Quem não se recorda do triste episódio durante a campanha para as eleições autárquicas de 2017 quando tentaram colar o nome da família Rebelo de Sousa à sua candidatura, num aproveitamento claro da figura do atual Presidente da República, algo que originou um comunicado do próprio Marcelo Rebelo de Sousa a afirmar que o aproveitamento do seu nome na Maia era “ofensivo” (Notícia: https://observador.pt/especiais/diario-do-pais-sera-que-os-gondomarenses-ainda-se-deixam-comprar-por-eletrodomesticos/). E por falar em “fotos com o poder”, nesse campo o Sr. Vereador não só não leva lições de ninguém, como ate dá: ainda na campanha para as eleições legislativas fartou-se de andar ao lado do atual primeiro-ministro, realizando até um apelo ao voto em António Costa (https://www.facebook.com/franciscovieiradecarvalhomaia/photos/a.1460801507317499/2579918518739120/?type=3&theater). É caso para dizer “olha para o que eu digo e não para o que eu faço”.
5. Na mesma publicação, o Sr. Vereador afirma que “não usamos o dinheiro dos Maiatos para pagar à imprensa e assim a manipular, nem a Advogados”. Apesar das palavras do Sr. Vereador constituírem, uma vez mais, acusações graves e ofensivas da honra de todos os lesados (inclusive dos próprios meios de comunicação social), vamos limitar-nos a usar os argumentos morais tantas vezes calejados pelo Sr. Vereador: é imoral que o Sr. Vereador eleito por um partido que está a ser investigado pelo Tribunal de Contas por ajustes diretos no valor de um milhão de euros a uma sociedade de advogados, cujo sócio é uma das figuras de relevo do próprio partido, use qualquer argumento desse género.
6. Fica claro para todos os maiatos que o Sr. Vereador Francisco quer vestir a capa de justiceiro e, para isso, vive à custa do soundbyte fácil e barato (é criminoso para cima, arguido para baixo, usurpação de dinheiro para o meio), alimentando um justicialismo crónico que descredibiliza não só o município da Maia, como a Democracia.
7. A disputa política é feita olhos nos olhos através debate de ideias, esgrimindo os argumentos, os planos estratégicos e as ideias que cada um entende ser as que melhor servem a nossa comunidade. É isso que os maiatos e os jovens maiatos querem dos políticos e é essa a nossa obrigação. Eles querem e nós temos de lhes falar do futuro. Eles querem e nós temos de lhes mostrem o caminho que escolhemos. Eles querem e nós temos de os fazer sentir parte desse caminho. A verdade é que passados quase 3 anos os maiatos podem afirmar que não conhecem uma única ideia a esta oposição. São profissionais a comentar processos judiciais e uns autênticos amadores a fazer política e apresentar opções e caminhos alternativos para a Maia.
8. Por fim, importa referir que dos 1,4 milhões de euros da alegada dívida da extinta TECMAIA à Autoridade Tributária (AT), a AT já devolveu diretamente aos cofres do município €749.704,47 e os Tribunais declaram por duas vezes procedente a impugnação da TECMAIA, estando já mais de 1 milhão de euros da dívida anulados. Ademais, recentemente o próprio Supremo Tribunal Administrativo (STA) colocou em causa a legitimidade ativa do partido político JPP para intentar a ação, devolvendo o processo ao Tribunal Central Administrativo Norte (TCAN) para que este se pronuncie sobre o caso. A verdade é que podemos estar a discutir uma hipotética perda de mandato por um ato administrativo tomado para liquidar uma alegada dívida que afinal parece não existir. Estamos realmente perante um processo justicialista e kafkiano patrocinado por quem não sabendo fazer mais, opta por fazer menos.
Bruno Bessa,
Presidente da Juventude Social Democrata da Maia”