O Lar do Comércio, em Matosinhos, despediu no final setembro 16 trabalhadores, revelou à Lusa o coordenador Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Solidariedade e Segurança Social.
Segundo Joaquim Espírito Santo, a instituição alegou, na carta de despedimento enviada no fim do mês de setembro aos trabalhadores, que esta decisão foi tomada por “falta de verbas e a necessidade de os substituir por trabalho externo”.
“Apesar disto, gastaram mais de 500 mil euros nestes despedimentos, pagando todos os direitos e mandando a carta para o fundo de desemprego e Segurança Social”, afirmou o dirigente sindical, esclarecendo que “uma parte dos despedidos integrava o grupo dos que estavam a ser pressionado para rescindir contrato e outros estavam em casa, a receber salário sem trabalhar”.
No início de setembro, o sindicato denunciou pressões para a rescisão de contratos e exigiu esclarecimentos da parte do Governo. Joaquim Espírito Santo reuniu com os grupos parlamentares do PSD, PSD, BE, PCP e Livre para expor a situação e pedir ação e, segundo relatou o coordenador sindical, “só o BE questionou o Governo se tem conhecimento e se a Segurança Social sabe o que se passa”.
“Foi-nos dito que, sendo as IPSS privadas, à Segurança Social apenas cabe vigiar pelo bem-estar dos utentes e o escrupuloso cumprimento dos protocolos assim como dos números dos recursos humanos exigidos nos protocolos, mas a gestão desses mesmos recursos humanos não é com eles”, disse Joaquim Espírito Santo.
Sobre o ambiente em que os restantes funcionários estão a laborar, o dirigente sindical citou “uma das funcionárias despedidas” para enfatizar que “continua o clima de medo e mal-estar devido à pressão e assédio moral da instituição”.
A Lusa tentou obter uma reação da direção do Lar do Comércio, contudo não foi possível.