Antes de começar por me aventurar nesse caminho árduo da análise económica que hoje me proponho a fazer, convém esclarecer o leitor que de Economia tenho pouca ou nenhuma formação. A minha formação foi de uma cadeira semestral nos tempos da Faculdade, e a uma leitura atenta de uma ou outra revista da especialidade. De resto, e para além de comentar / discutir com gente que percebe efectivamente do assunto, não tenho outra formação especializada nesta área.
Nesta óptica do economista utilizador, e após algum tempo de reflexão não posso deixar de manifestar a minha estupefacção sobre as declarações passadas do Sr. Ministro da Economia (ME) – Dr. Caldeira Cabral – sobre o apelo a consumir produtos petrolíferos em Portugal. Então o Sr. Ministro não aprendeu as leis da oferta e da procura? Não sabe calcular margens de lucro e de gastos?
Relembro o leitor que não percebo nada do assunto, mas não me parece desajustado pensar que quem pode poupar quase 15 Eur por depósito de 50 litros recorra a Espanha para o fazer. Porque não tenta o Sr. Ministro fazer aquilo que vou baptizar de “Economia reversa”. Vamos ser excêntricos, vamos ter preços mais baixos que os Espanhóis! Vamos sacar-lhes os impostos e diminuir-lhes o PIB, ahhh e já agora ajudamos os portugueses da economia real… Será assim tão descabida esta ideia? Bem… não sou economista!
Parece-me que vivemos numa economia e numa liderança económica de olhos vendados… numa altura de globalização em que quase todos têm acesso a meios informáticos globais… em que podemos comprar qualquer coisa em qualquer loja de qualquer local do mundo continuamos a cerrar punhos e a colocar IVA mais alto que os restantes parceiros, a cobrar taxas alfandegárias superiores a outros países… a ser pouco … Económicos… Sabia o leitor que das muitas encomendas que se fazem online, utilizam outros portos que não os portugueses. Fica mais barato desalfandegar num pais longínquo da Europa e correr a Europa de camião do que desalfandegar em Portugal e pagar os devidos impostos cá…
Por favor expliquem-me esta estratégia económica que ainda não a compreendi! Mas volto a recordar … não sou economista!
Um dos meus Economistas preferidos tem uma frase muito curiosa que passo a citar “É incrível que os governos confiem na ciência económica e não na realidade económica. Quantos dos que praticam ciência económica vedada à realidade tiveram sucesso?”. Sinceramente, não tenho mais nada a acrescentar.
A terminar congratular algumas (boas) medidas do Ministério da Saúde. O anúncio tem-se sucedido e muitos deles de acordo com aquilo que eu entendo serem as reformas estruturantes que o SNS precisa. Mas com tanta contenção orçamental, serão elas mais uma manifestação de pólvora seca?
A ver vamos…
Entretanto e Leiguisses à parte economizemos…
Ricardo Filipe Oliveira,
Médico;
Doc. Universitário UP;
Lic Neurof. UP;
Mestre Eng. Biomédica FEUP ,
Não escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.