A proposta aprovada, segundo documentos a que a agência Lusa teve acesso, é “fundamentada no facto de o preço da água fornecida em alta aos Serviços Municipalizados ter subido 0,8% e subirá 0,9% em 2022” ao que se juntam “acréscimos importantes dos custos da energia, que são uma parcela não negligenciável dos custos da operação dos serviços”.
Assim sendo, a mudança do preço da água no concelho da Maia foi votada em reunião do executivo mas mereceu o voto contra do PS, que lamentou não ter sido ouvido no processo de decisão, dizendo que “não fomos ouvidos e podíamos ter dado o nosso contributo, pondo alguma justiça no custo da água”.
Depois de o Bloco de Esquerda da Maia já ter defendido anteriormente a Tarifa Social Automática da Água, uma tarifa que permite que as pessoas com baixos rendimentos possam usufruir de um desconto significativo na água, saneamento e resíduos de forma automática, isto é, sem terem de concorrer a um apoio, desta vez foi Francisco Vieira de Carvalho, líder do PS da Maia a opôr-se ao aumento dos tarifários, sugerindo que “as famílias com mais filhos ou pessoas dependentes deviam ter um desconto acima daquilo que é proposto”, respeitando o regulamento dos tarifários sociais de água, saneamento e resíduos urbanos do município da Maia, que vigora desde 19 de maio de 2021.
A DECO Proteste, organização de defesa do consumidor, analisou as tarifas dos serviços de abastecimento de água, saneamento e resíduos sólidos urbanos incluídas nas faturas de água cobradas aos cidadãos nos 308 municípios do país. No caso da Maia, pelos tais 120 metros cúbicos anuais de água, os maiatos pagam 355,81€. Se ascender aos 180 m3, o valor sobe para 495,82€. Desta forma, conclui-se que a Maia está 148€ abaixo do valor mais alto, registado na Trofa, e 267€ acima da fatura mais baixa, dos habitantes de Vila Nova de Foz Côa.
Para além do aumento da tarifa da água, outro tema a ser discutido foi a revisão de preços na empreitada de requalificação e modernização da EB 2,3 Vieira de Carvalho, em Moreira da Maia, que contou com o voto contra do PS. O vereador António Peixoto explica o sentido de voto dizendo que «a proposta não está bem apresentada, devia ter em anexo todos os documentos e não termos de ser nós a pedir».
António Silva Tiago, presidente da Câmara Municipal da Maia, contrapõe dizendo que «o vereador não pode exigir que venha a reunião todo o dossier da empreitada em causa», acrescentando que António Peixoto «podia ter pedido o documento antes da reunião, porque assim bloqueia o trabalho».
Emília Santos, vereadora com o pelouro da Educação, aborda este assunto assumindo-se «chocada» com o voto contra por parte do PS. «Votar contra só porque não tiveram acesso ao processo, porque também não o pediram, não faz sentido, não é justificação para reprovar o ponto», concluiu.