O Maia Basket Clube nasceu a 30 de junho de 1997. Começou com 15 atletas e hoje, mais de 20 anos depois, são 200 as crianças e jovens que carregam no peito este emblema maiato.
Rui Lopes tem 49 anos e é o presidente do Maia Basket Clube desde 2012. O comando dos destinos do clube chegou-lhe há oito anos, mas a sua ligação a este emblema já tem mais de 18. O seu filho mais velho começou a praticar a modalidade e foi isso que o trouxe ao Maia Basket.
Hoje, esse mesmo filho é treinador dos juvenis e, além dele, também o filho do meio integra o plantel sénior e a filha mais nova está nos minis. Trata-se de uma família ligada a um clube e que é o rosto de tantas outras que se envolvem por paixão à modalidade e à instituição desportiva.
O NOTÍCIAS MAIA falou com Rui Lopes e ficou a conhecer um pouco da história e dos objetivos deste clube.
Notícias Maia (NM): Como é que estava a correr esta época até à interrupção?
Rui Lopes (RL): Estava tudo a correr dentro da normalidade. A época estava planeada e, quando isso aconteceu, tivemos de nos adaptar. Claro que temos sempre as dificuldades inerentes a uma modalidade amadora, mas estava a correr bem.
NM: De que forma é que esta interrupção afetou as equipas?
RL: A nível de união, é natural que as pessoas tenham ficado mais afastadas. Aquilo que podemos prever é que os miúdos e os pais que não teriam ainda a paixão pela modalidade irão acabar por se afastar. Mas acreditamos que quem ficar, fica com mais vontade. O que sentimos neste momento é que as pessoas estão ansiosas por voltar à atividade e que têm paixão pelo clube. Acreditamos que vamos conseguir ultrapassar esta fase.
NM: Apesar da incerteza, já se prepara e pensa na próxima época?
RL: Sim, nós temos tudo planeado. Quer a nível de espaço de treino, quer a nível dos treinadores dos séniores, está tudo a ser feito. Estamos também a construir o plantel para competir na Liga Portuguesa de Basquetebol. É o que fazemos todos os anos e a nossa dinâmica de clube, enquanto responsabilidade desportiva, mantém-se.
NM: Como nasceu o Maia Basket Clube?
RL: Nasceu pela vontade de José Vieira de Carvalho. O professor via o desporto como algo de muito positivo para a sociedade e teve a vontade de criar um clube de referência na Maia para cada modalidade. Começou com 15 atletas, quando entrei tínhamos 70 miúdos e agora temos uma média de 210 atletas.
NM: E quais são as idades desses atletas?
RL: Temos o mais velho com 34 anos, que está nos seniores e, há dois anos, tivemos aqui uma referência nacional, o Nuno Marçal, que terminou a carreira no clube com mais de 40 anos de idade. Os atletas mais pequeninos têm 3 anos.
NM: A aposta no feminino acontece desde quando?
RL: O projeto do feminino tem oito anos e já temos alguns títulos a nível nacional e distrital. Nós somos dos poucos clubes que têm os escalões todos a competir, no masculino e no feminino.
NM: Recentemente foi notícia a saída de um atleta depois de 15 anos no clube. O que significam estas ligações duradouras?
RL: Para nós é um orgulho. O nosso sucesso passa por aí e eu costumo dizer que o nosso património são os nossos atletas. Enquanto que as bolas nós compramos, e quando elas furam nós compramos outras, para formar um atleta já são mais de 15 anos. Nós temos jogadores que, tal como o Pedro Leite, também têm esses anos todos de casa.
NM: A formação é a grande aposta do Maia Basket Clube?
RL: Sim, o nosso património está na formação. Nós temos o objetivo social, competitivo e da formação. As três coisas não se podem dissociar. Mas, às vezes, temos dificuldade em manter os atletas focados num objetivo a longo prazo. É uma caminhada, não é uma corrida. Um atleta só está totalmente formado aos 27 anos. Vai haver momentos difíceis mas é vital continuar focado e, além disso, é preciso também manter os pais com confiança no clube. Num clube como o nosso a importância é de 90% para a formação e 10% para a competição. Mas atenção! O nosso foco também é ganhar! Aliás, nós já temos vários títulos nacionais e distritais e temos sempre vontade de ganhar.
NM: Qual é o papel da autarquia no clube?
RL: Podemos dizer que a Câmara Municipal da Maia é o nosso maior patrocinador. Nós vamos sobrevivendo com os atletas que pagam cotas, os sócios e alguns patrocinadores. Mas o maior apoio que a Câmara nos dá, a nós e a todos os clubes do concelho, é a facilidade em ter acesso aos pavilhões para termos condições de treino. A Câmara cede-nos um pavilhão a tempo inteiro no horário pós-escolar e o pavilhão da Nortecoope partilhado com outro clube. Para nós, não sendo suficiente, obriga-nos a alugar outros pavilhões para mantermos os treinos e não termos que dispensar atletas. Anualmente gastamos uns largos milhares de euros a fazer isso mas é essencial para manter o nosso ritmo.
NM: Para terminar, quais são os objetivos do clube para os próximos anos?
RL: Os objetivos do clube passam pela aposta na formação e por ter os nossos atletas a jogar a um bom ritmo competitivo. Mas, acima de tudo, queremos ser um clube exemplar e que nos vejam como um clube de referência que tem comportamentos cívicos. Queremos solidificar aquilo que é o Maia Basket e honrar o compromisso com todas as pessoas, atletas, pais de atletas e entidades com quem trabalhamos.