Os Municípios da Maia e de Valongo vão propor a linha ferroviária Ermesinde – Águas Santas – Arroteia como “complemento fundamental para a valorização estratégica do Interface da Asprela”.
Os municípios de Valongo e da Maia fizeram conhecer que “tomaram conhecimento de uma proposta com uma nova versão para a linha ferroviária de Leixões através da comunicação social”.
O Partido Comunista Português (PCP) apresentou um Projeto de Resolução na Assembleia da República, no passado dia 5 de maio de 2017, pela reabertura do serviço ferroviário de passageiros entre Leixões e Ermesinde e a sua ligação a Campanhã.
No passado dia 15 de janeiro, estiveram na Estação de S. Gemil a defender a reativação da mesma linha de serviço ferroviário, que passa por núcleos habitacionais da Maia, o Deputado à Assembleia da República pelo PCP, Jorge Machado e o deputado da CDU na Assembleia da Municipal da Maia, Alfredo Maia.
No dia 26 de janeiro, após discussão na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, a proposta foi a votação, tendo sido votada favoravelmente pelas forças políticas na Assembleia da República, com abstenções do PSD e do PS.
O Notícias Maia não recebeu ou teve conhecimento de qualquer informação da CDU sobre esta matéria.
Marco Martins, coordenador metropolitano dos transportes e da Mobilidade, apresentou como solução a criação de uma ligação entre Vila Nova de Gaia-Campanhã-Leixões para passageiros, deixando de existir passagem por Ermesinde.
No dia 6 de fevereiro, o autarca de Gondomar, apresentou uma alternativa ao projeto de resolução do PCP, recomendando ao Governo a reabertura do serviço de transporte de passageiros.
Neste projeto, que vai a discussão já este mês, no Conselho Metropolitano do Porto (CmP), a linha seguiria de S. Gemil (Maia) para Forno (uma estação nova em Rio Tinto) em vez de Águas Santas. Assim, esta ligação entre Forno-Contumil-Campanhã cortaria a zona de Ermesinde da linha. Quanto ao sentido oposto, Vila Nova de Gaia ficaria ligada a Campanhã, e depois de S. Gemil, seguiria para o Pólo Universitário, na Asprela, para uma nova estação, indo a partir daqui para São Mamede Infesta e Arroteia (novo apeadeiro), em Leça do Balio, antes de Leixões.
Câmara da Maia e de Valongo reagem em comunicado conjunto, com proposta complementar incluindo Ermesinde
Maia e Valongo, através de comunicado assinado pelos Presidentes das duas autarquias, António Silva Tiago e José Manuel Ribeiro, defendem a inclusão de Ermesinde na Linha de Leixões, completamente dessa forma a proposta de Marco Martins. Esta proposta encontra-se formalizada e irá igualmente a discussão na próxima reunião do Conselho Metropolitano do Porto (CmP).
Refere o comunicado que “todos sabemos que a atual linha de mercadorias que liga Ermesinde ao Porto de Leixões é um eixo potencial para o transporte de passageiros e por essa razão está inscrito nos documentos estratégicos metropolitanos e nos planos municipais dos vários municípios por onde ela passa, nomeadamente em Matosinhos, tangencialmente no Porto, na Maia e em Valongo”.
Na visão destas duas autarquias “o ajustamento e alteração da rede CP Urbanos deve ter em vista uma abordagem metropolitana e regional e não ser feita com projetos parcelares que apenas representam um somatório de troços e não uma visão integrada da rede e dos seus investimentos”.
Defendem que a proposta apresentada pelo coordenador metropolitano dos transportes e da Mobilidade, da qual tiveram conhecimento através de notícia publicada no JN a dia 6 de fevereiro, “traduz uma solução incompleta e só pode fazer sentido se enquadrada numa visão global de reformulação da rede ferroviária dos Comboios Urbanos do Porto sem prejudicar os milhares de cidadãos que usam as linhas do Douro e do Minho todos os dias”, podendo assim conseguir “dar resposta às estratégias que os municípios inscreveram no Plano de Ação para a Mobilidade Urbana Sustentável da AMP prevendo um conjunto de intervenções de curto, médio e longo prazo que privilegiam a urgência da integração da linha ferroviária existente ao Porto de Leixões, com o Interface intermodal da Asprela”.
A inclusão do “troço entre Ermesinde – Águas Santas e Arroteia com ligação à Asprela, numa ótica de mobilidade mais racional e eficaz do serviço não só da Área Metropolitana mas também das populações do Douro e do Minho”.
“Os municípios de Valongo e da Maia não abdicam da visão integrada dos projetos e dos investimentos nas grandes infraestruturas de mobilidade. A discussão e as soluções técnicas devem passar por opções que sirvam as populações de forma a promover a coesão social. A linha ferroviária de ligação ao Porto de Leixões é um assunto da maior importância e uma peça fundamental do sistema de mobilidade como elemento articulador das linhas de transporte público a nascente e a norte não podendo ser um processo de exclusões mas sim de integração modal e de benefício da população”, indicam Maia e Valongo em nota à imprensa.