A Câmara Municipal da Maia está a estudar que utilização dar à Quinta dos Cónegos, propriedade do século XVIII pautada por influência da escola de Nasoni com quatro hectares, que foi adquirida por 3,3 milhões de euros ao Novo Banco.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara da Maia, António Silva Tiago, apontou estar “a ultimar o programa definitivo para a Quinta dos Cónegos, avançando que “o espaço terá finalidades ligadas ao lazer, bem-estar, fruição e ambiente “em primeira instância para a família maiata, mas também para a Área Metropolitana do Porto”.
Em causa está um espaço com quatro hectares localizado perto do centro do concelho da Maia, distrito do Porto, cuja construção é situada entre 1727 e 1737, de acordo informação remetida à agência Lusa pela autarquia.
A casa data do século XVIII, tendo elementos do estilo barroco e “forte influência da escola de Nasoni”, ainda que o espaço possua também uma Capela da Sagrada Família do século XVII encostada à casa principal e com ligação pelo interior.
A origem da Quinta dos Cónegos está ligada ao Cabido da Sé, sabendo-se que meados do século XX passou para Sobral Mendes que foi proprietário das minas de carvão de São Pedro da Cova, Gondomar, e que em 1992 a casa sofreu um incêndio.
Posteriormente foi adquirida pela Fundação Ricardo Espírito Santo e alvo de uma requalificação, tendo passado a ter uma vertente social como o acolhimento de ações de formação, venda de coleções da fundação ou o alojamento de clientes de referência.
O espaço inclui várias salas decoradas e mobiladas de forma clássica com peças de diferentes épocas e autores, cinco quartos na casa principal, mais dois no piso inferior antes reservado aos empregados, bem como uma estrutura anexa com sala de formação e quartos, e jardim com ringue desportivo multiúsos, tanques, wc independente da casa principal, espelhos de água, pomar, dependências agrícolas, estufa, entre outros pormenores.
“É uma quinta que vai ser posta à disposição do público. Está ao lado de um ecocaminho que tem sido muito procurado pela população e deve articular-se com outros equipamentos do concelho como a Fundação Gramaxo ou a Cidade Desportiva. É um palacete que, pela história e riqueza arquitetónica e cultural, tem de poder ser visitado. Necessariamente terá também componente cultural e artística”, disse António Silva Tiago.
O autarca quer, com a “equipa de especialistas que está a trabalhar neste dossiê”, fechar o programa sobre o uso da Quinta dos Cónegos “até ao final de outubro”, acreditando que a Câmara da Maia vai oferecer à população “um verdadeiro oásis mesmo no centro da Maia”, concluiu.