A pressão no estacionamento na área envolvente do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, em concreto nas freguesias de Moreira e Vila Nova da Telha, na Maia, tem aumentado muito nos últimos tempos. Em particular a partir do momento em que a ANA aplicou tarifas no estacionamento além de dez minutos nas áreas de partidas e chegadas.
Uma situação que levou a Câmara Municipal da Maia a tomar medidas e a aprovar, por maioria e abstenção da vereadora da CDU, a proposta para a implementação de parcómetros para disciplinar aquela área.
Na sessão, que foi presidida pelo vice-presidente, António Tiago explicou que o objetivo da medida é pôr fim a “um certo desmando” que conduziu ao “estacionamento anárquico em volta da infraestrutura do Aeroporto Francisco Sá Carneiro” e que seria provocado “pelas pessoas que se deslocam nos voos low cost”. De acordo com o autarca, foi verificado que “há pessoas que deixam o automóvel nos lugares de estacionamento ou mal estacionados na envolvente durante o dia inteiro e, por vezes, por mais de dois ou três dias”.
O problema faz-se sentir em particular junto dos moradores e dos comerciantes locais, que ficam sem espaço de apoio. A autarquia maiata está descontente com uma usurpação que vai contra o objetivo da criação daqueles lugares de estacionamento, que “foram disponibilizados aos moradores e clientes do comércio local”.
Como é norma nos regulamentos camarários de estacionamento parqueado, a câmara vai entregar o cartão de residente aos moradores das duas freguesias, procurando “normalizar a situação”, dando locais de estacionamento aos moradores e combatendo a indisciplina naquela área, que ia ao extremo de “haver empresas de aluguer de viaturas que estacionavam lá toda a frota, fazendo dos lugares de estacionamento um parque privado, o que não está correto”, sublinhou António Tiago.
David Moreira reside na Avenida de Fernando Távora está completamente de acordo com a medida que a Câmara da Maia vai adotar para disciplinar o estacionamento, afirmando mesmo que “o que se passa aqui é uma vergonha, esteve nesta área um carro durante meses seguidos”. Apesar de ter garagem própria e conseguir colocar o seu carro em casa facilmente, David Moreira afirmou: “acho muito bem, o que é direito é direito, pois quer eu quer os meus vizinhos não somos menos que ninguém”.
Por outro lado, David Moreira chama a atenção para as transgressões a que alguns automobilistas se vêm obrigados a fazer, como estacionar em segunda fila ou “em cima dos passeios”, como é vulgar verificar-se nestas ruas junto ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro.
De facto, verificamos diversas irregularidades no estacionamento nesta via e noutras ruas próximas, onde estacionar em cima dos passeios já parece ser normal. Nalgumas vias o sinal de estacionamento proibido não impediu que se formasse uma fila de estacionamento, como na Rua da Estrada e na Rua 31 de Janeiro, sendo que nesta última, há carros parqueados dos dois lados a dificultar ao máximo a circulação de dois sentidos permitida nesta artéria.
É precisamente deste problema que se queixa Fernanda Gomes, moradora na Rua 31 de Janeiro, que considera muito “complicado circular de carro durante a semana” e que “estacionar é impossível”, porque o parqueamento da sua rua e da Rua da Estrada está completamente ocupado por uma empresa que comercializa automóveis. Segundo a residente, o problema neste caso nem tem muito a ver com acessos ao aeroporto. “Para mim, a medida vai ser benéfica, porque durante a semana é um caos”, sublinhou.
Ana Silva é moradora na Avenida de Fernando Távora e revela que o marido estacionou, no mês passado, em frente à porta e levou uma multa, o “que custa um bocadinho”. Ana Silva também confirma que se verifica estacionamento de longa duração por parte de “quem vai viajar durante semanas”.
Adriano Monteiro, reside na mesma rua e, referindo-se à medida a implementar pela Câmara, entende que “tudo o que seja benéfico para os moradores, eu concordo”.
Fonte: primeiramao.pt