Uma mulher da Maia apresentou queixa contra o marido, 22 anos depois de ter começado a ser vítima de violência doméstica. Os episódios tinham lugar na casa da família, na Maia, onde também residia o filho do casal.
Segundo o relato do Correio da Manhã, o marido agredia e violava a alegada vítima, várias vezes por semana. Para que as pessoas que conviviam com a mulher não se apercebessem das agressões constantes, o marido, serralheiro de 53 anos, espancava-a propositadamente nas costas.
A esta mulher, o marido determinava diversas regras. Estaria proibida de usar saias, vestidos ou roupa curta, não podia entrar em contacto com a família nem ir às reuniões na escola do filho, tudo devido a ciúmes. As chamadas e mensagens seriam controladas e a mulher era vigiada durante o seu horário de trabalho.
Segundo a queixosa, uma das agressões deixou-a mesmo com dificuldades em andar, em 1997. Em 2016, depois de uma festa de aniversário do filho, o homem esmurrou a alegada vítima no nariz, nas costas e nos braços e ainda ameaçou matar alguns dos seus familiares, enquanto empunhava uma faca.
O arguido terá ainda agredido o filho, ainda menor, que afirmou ter sido vítima do pai durante quatro anos, entre 2014 e 2018. O jovem, agora com 18 anos, garantiu que era esmurrado, esbofeteado e pontapeado várias vezes.
O arguido, que vai ser julgado no Tribunal de Matosinhos, acusado de violência doméstica e de violação, defende-se, garantindo que os relatos das alegadas vítimas não correspondem inteiramente à verdade.
Para já, o homem tem de manter uma distância de 500 metros das vítimas, estando sujeito à medida de coação de pulseira eletrónica. Apesar do tribunal ter ordenado a saída do homem da casa da família, para que mãe e filho pudessem regressar, este estará a residir na casa ao lado, pertença de familiares.