O presidente da Câmara da Maia, António Silva Tiago, declarou esta quinta-feira no Tribunal de Matosinhos que não se sente culpado pelas despesas que autorizou enquanto responsável pelos serviços municipalizados.
Começou a ser julgado no Tribunal de Matosinhos, o caso SMEAS, que se refere à alegada apresentação fraudulenta de 433 faturas aos Serviços Municipalizados de Eletricidade, Água e Saneamento (SMEAS), totalizando 53 mil euros entre 2013 e 2018.
Segundo a Agência Lusa, durante o julgamento, Silva Tiago afirmou categoricamente que não se sente “minimamente responsável, nem culpado” pelas despesas cujo pagamento autorizou enquanto presidente do Conselho de Administração dos SMEAS, cargo que ocupa desde 2013. O autarca garantiu que nunca apresentou despesas de refeição à empresa municipal e que apenas autorizava os pagamentos que já tinham sido validados pelos serviços e pelo diretor delegado.
“Eu não tinha razões para escrutinar cada uma das despesas, uma vez que essas já haviam sido autorizadas pelos serviços competentes”, explicou Silva Tiago em tribunal, acrescentando que a sua função era meramente assinar as autorizações de pagamento, sendo o diretor delegado responsável pela aprovação das despesas até 100 mil euros mensais.
Além de Silva Tiago, o ex-presidente da Câmara da Maia, Bragança Fernandes, o vereador Hernâni Ribeiro, e os antigos vereadores Ana Vieira de Carvalho e Manuel Nogueira dos Santos, bem como Albertino da Silva, ex-diretor delegado dos SMEAS, estão também a ser julgados.
Ana Vieira de Carvalho e Nogueira dos Santos corroboraram o depoimento de Silva Tiago, afirmando que o Conselho de Administração apenas autorizava os pagamentos, partindo do princípio de que “tinha sido tudo bem feito pelos serviços”. Por seu lado, Bragança Fernandes, Hernâni Ribeiro e Albertino da Silva optaram por não prestar declarações no tribunal.