A Câmara Municipal da Maia manifestou fortes reservas quanto à ampliação do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, advertindo que não aceitará transformar-se num “megaparque de estacionamento para rent-a-car e hotéis low-cost” se a obra não beneficiar diretamente o concelho.
A ampliação do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, que prevê a criação de uma segunda pista e a expansão da aerogare, está a gerar oposição da Câmara da Maia. Em comunicado oficial, a autarquia, presidida por António Silva Tiago (PSD), afirma que só aceitará a intervenção se esta resultar em investimentos significativos para o concelho e não apenas no aumento do turismo de curta duração na cidade do Porto.
“O aeroporto já tem algumas influências negativas na Maia, nomeadamente a nível ambiental, e raramente as soluções para mitigação desses efeitos são prioridade para os decisores políticos ou para a concessionária”, aponta a autarquia, que exige um estudo profundo sobre o real impacto da ampliação.
A Câmara considera essencial perceber se a infraestrutura servirá para “criar negócios de valor acrescentado” e gerar riqueza sustentada para a Maia ou se se limitará a reforçar o fluxo de turistas para o Porto. Em tom crítico, o município adianta que “sempre preferimos qualidade à quantidade” e que rejeita transformar o seu território “num mero instrumento de gentrificação”.
A posição da Maia surge na sequência das declarações do presidente do Turismo do Porto e Norte sobre a necessidade urgente de expansão do aeroporto, devido à crescente procura turística. Contudo, a autarquia alerta que tal transformação representaria “um enorme impacto no território e nas pessoas que nele vivem”, exigindo ponderação e contrapartidas concretas.